Ótimos empreendedores também se endividam e enfrentam reveses financeiros, mas não deixam essa situação impedir seu progresso
O primeiro passo para uma pessoa vencer no campo financeiro é zerar seu passado, tanto temporal como emocional. Em nossa busca pelo sucesso, mesmo sem querer, cometemos erros, tomamos decisões equivocadas, temos prejuízos e sofremos grandes perdas financeiras e emocionais.
Quem vive preso ao passado e despende toda a sua energia em erros cometidos há muitos anos não progride. Em vez de se voltar para um futuro cheio de oportunidades e usar sua capacidade criativa em novos projetos, essa pessoa fica se remoendo com situações sobre as quais não tem mais controle.
Em seu processo de amadurecimento empresarial, chega um ponto em que o empreendedor precisa por uma pedra no passado, afinal aquele cenário negativo já passou. Não importa o quanto você sofra, nada poderá mudar algumas situações indesejadas encontradas pelo caminho. Para passar por uma transformação pessoal, é preciso dar uma guinada de 180 graus em sua atitude mental e emocional.
Se, ao longo dos anos, por falta de experiência, você tomou empréstimos, assumiu compromissos que não consegue saldar e acumulou um histórico indesejável de inadimplência, precisará assumir uma nova postura perante si mesmo, sua família e a sociedade. Só assim poderá se livrar dessas correntes que por tanto tempo o escravizaram, tiraram-lhe o sono e a paz de espírito. Enquanto não se livrar dessas amarras financeiras, o empreendedor continuará preso a pendências e não progredirá.
Descobri que um histórico de inadimplência muitas vezes não tem a ver somente com falta de dinheiro. É também uma questão psicológica. Há algumas pessoas que, mesmo tendo condições, não pagam suas dívidas, motivadas por um espírito de vingança. Agem como se seu comportamento impróprio fosse capaz de reparar ou compensar uma situação adversa vivenciada. Elas guardam o sentimento de que alguém lhes deve algo, não importa quem seja. Algumas pensam ser os pais, o irmão ou a irmã, o marido ou a mulher, a empresa, o chefe, o país, o governo e até Deus.
Outras aumentam suas dívidas motivadas pela inveja. Sem levar em consideração sua incapacidade financeira, pensam assim: “se meu vizinho trocou de carro, também vou trocar. Se meus amigos vão viajar ao exterior, também vou viajar. Se minhas amigas compram essa marca de bolsa, também vou comprar”. Essas pessoas vivem se comparando aos outros. Assim, elas sofrem, pois sempre encontrarão alguém em condição mais privilegiada do que a sua.
Há ainda os pobres de espírito, que não honram seus compromissos e se justificam dizendo: “meus credores já têm tanto, e eu tenho tão pouco. Se eu não pagar essa conta, não fará diferença”. Contudo, lamentavelmente, a falta de pagamento faz toda a diferença na vida do devedor. Por sua atitude condenável, ele acaba atraindo para si mesmo mais dissabores de ordem financeira, emocional e física.
Pessoas assim ainda precisam aprender o conceito milenar de que “tudo o que de ti sair a ti retornará”. Engana-se quem acredita que, por deixar de pagar suas dívidas, elas desaparecerão – ao contrário, só aumentarão. Afinal, quem entende de juros recebe; quem não entende paga.
Não há meio termo na busca da prosperidade. Você é quem decide a cada instante como lidar com seu dinheiro, como controlar seus gastos, reduzir suas despesas, alocar seus recursos, saldar suas dívidas e começar a poupar. Diariamente, você está se aproximando ou se distanciando da riqueza. A escolha é sua. E são as pequenas escolhas diárias que determinam sua condição de pobreza ou riqueza.
No entanto, alguém poderá perguntar: “o que faço se tenho espírito empreendedor, mas neste momento estou endividado?”. Descobri, ao longo dos anos, que a capacidade empreendedora de gerar elevadas somas de dinheiro e a competência para administrar e multiplicar os próprios recursos são duas ciências distintas.
Raramente encontramos pessoas talentosas, capazes de dominar desde cedo essas duas técnicas. Com frequência achamos ótimos empreendedores, porém com deficiência em lidar com as próprias finanças. Portanto, se você já se viu em uma situação financeiramente desastrosa, não desanime. Você é um ser humano normal. Também passei por isso e precisei de apoio para superar essa inabilidade. Não há nenhuma desonra no fato de se encontrar em dificuldades, enfrentando reveses e contratempos financeiros.
Não importa quão desfavorável seja sua condição atual, jamais a aceite como permanente. O melhor a fazer é se preparar. Procure se aperfeiçoar na arte de administrar suas finanças. Primeiro, analise qual é a fonte das dívidas, e depois adote um modelo extremamente rentável na administração das próprias finanças.
Se você realmente está comprometido em se tornar um empresário de sucesso, seu maior desafio será acreditar em si mesmo e em sua capacidade de fazer coisas simples para superar as pendências do passado. Dessa maneira você estará apto a iniciar uma nova vida rumo à prosperidade.