Construção movimenta educação

13 de setembro de 2013

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Cursos na área seguem o ritmo de desenvolvimento de Conquista

Nos últimos anos, Vitória da Conquista tem apresentado mudanças e progressos visíveis em diversos setores, como o econômico, o social, o de saúde e de educação. O da construção civil também ganha destaque e essa demanda tem trazido, para a cidade, cursos da área, oferecidos por instituições de ensino Superior e Técnico.

Arquitetura

A Arquitetura exige do profissional uma responsabilidade muito grande, por fazê-lo pensar a cidade, suas construções, a estética e a beleza, em todos os espaços que o homem utiliza. Materializando estes conceitos, o único curso de Arquitetura e Urbanismo do interior da Bahia está localizado na Faculdade Independente do Nordeste (Fainor), em Vitória da Conquista. Diz o coordenador do curso, Isar Mattiello, sobre a intensa procura no primeiro vestibular: “Tivemos bastante concorrência. Para uma instituição de caráter privado, é interessante e até inusitado. Entendemos que isso demonstra uma carência da área na cidade”.

O curso, que teve sua primeira turma no início deste ano, tem como base disciplinas sociais, técnicas, de desenho, de engenharia e de desenvolvimento de projetos. A partir daí, o aluno vai para campo, conhece a cidade e seu funcionamento, explora seu meio e toma conhecimento de questões relacionadas a transporte, segurança ou saúde. “Todas as questões são levantadas no curso. Por exemplo, nós tratamos do córrego Verruga e questionamos o porquê de não pensar num projeto de revitalização, criando uma área urbanizada e pública que esteja ao alcance de toda a população. Essa crítica é salutar para se pensar no bem-estar social”.

Amanda Bramont, aluna do 2º ºsemestre, considera o curso excelente. “É muito interessante. Aprendemos sobre História da Arte e da Arquitetura, fazemos muitas maquetes. Não é aquela coisa de só jogar um projeto no computador. Têm o trabalho manual, as escalas, as cores. É sensacional”. Apesar das carências e demandas, a expectativa é bastante positiva.

“Eu entendo que demorou para ser dada a devida importância de se investir nessa área, mas com a criação deste curso, outros devem surgir. É uma carência que vai do extremo sul da Bahia ao extremo oeste. Existe todo um mercado ainda inexplorado”, conclui Isar.

Engenharia Civil

A Engenharia Civil está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento de uma cidade. Vitória da Conquista, refletindo a tendência nacional de crescimento no mercado da construção civil, tem cerca de 139 profissionais, como sinaliza o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), mas, com a quantidade de obras aumentando na cidade, existe uma demanda reprimida. “Os alunos que se formaram ao longo dos últimos dois anos estão trabalhando em empresas bem conceituadas, com salários bons”, ressalta o professor do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) Claudio Gomes, especializado em Saneamento Ambiental. Como muitas cidades da região não têm um profissional formado para dar assistência, Conquista se tornou referência.

O curso de Engenharia tem uma formação básica de Matemática e Física Aplicada. Nas áreas sociológicas, o futuro profissional passa por uma preparação abrangente, deparando-se com vários conceitos do mercado, idealizando produtos a partir das condições do ambiente e trabalhando com todas as especificações que se adequam à realidade da cidade.

O trato com a tecnologia também é abordado no curso, com o exercício de novas técnicas e materiais para a execução de projetos, como aeroportos, casas e edifícios funcionais e automatizados, além do uso de matérias-primas sustentáveis.

O engenheiro civil Fabrizio Bahiano, formado na FTC, concorda e diz que as disciplinas suprem as necessidades acadêmicas: “Eu já fiz cursos de desenho e interpretação de projetos. Entretanto, na faculdade, é necessário que a pessoa seja direcionada para a parte gráfica e de software”.

Claudio completa: “Vitória da Conquista é uma cidade que tem, além da altitude, uma diferença térmica muito grande ao longo do dia. Essa simples diferenciação faz com que o profissional deva se atentar à escolha dos materiais, pois alguns dilatam, retraem e não resistem”.

Design de Interiores

Cursos de aprimoramento técnico, como Iluminação, Sketch Up, História da Arte, Vitrinismo, Eventos, Uso de Cores Aplicadas ao Design, CAD, Ms Project (aplicativo de gerenciamento de projetos), entre outros, são oferecidos pela Escola Baiana de Arte e Decoração (Ebade), sendo que o curso técnico de Design de Interiores (Decoração) é o principal da instituição.

Propondo formação para profissionais que querem trabalhar com a área de decoração, a coordenadora do curso de Design de Interiores e arquiteta Morgana Nunes Quadros explica que, além da Engenharia e Arquitetura, o Design de Interiores também faz parte do mercado em expansão. “As pessoas começam a perceber a diferença de uma residência elaborada por um designer de interiores e aquela sem a interferência do profissional. O profissional leva em consideração diversos fatores: tendências, o briefing com o cliente – com seus desejos, sonhos, expectativas e limites de custos – iluminação, revestimentos, forrações, peças decorativas e outros aspectos”, explica.

“Na Ebade, nós aprendemos a criar o projeto de decoração completo, com técnica e criatividade, para oferecer ao cliente todas as informações para viabilizar sua obra”, completa a aluna Keyla Nolasco, do IV semestre de Design de Interiores. Criar boa iluminação, harmonia de cores, revestimentos e outros detalhes são preponderantes para que o ambiente se torne agradável, acolhedor. Esses fatores terminam por influenciar a vida dos alunos e, por conseguinte, dos clientes.

Fonte: Arq Decor Revista

Por  Megaferro