Caro leitor, às vezes a vida é cruel com os empreendedores.
Na realidade não basta sambar conforme a música diante do rolo compressor da burocracia regulamentar e nem mesmo encarar pontualmente a massacrante tributação.
Sim, é preciso lidar com tudo isso e ainda ser economicamente viável.
Neste contexto, honrar compromissos e crescer com solidez sem se tornar uma fábrica de contingenciamentos não é tarefa para qualquer um, mas é indispensável para quem quer valorizar a empresa ao longo de sua existência.
Contudo, em meio a essa trajetória, situações mais ou menos agudas irão se revezar testando implacavelmente a capacidade de gestão do empresário.
E diante desse revezamento, quando o bastão estiver sob o signo do stress financeiro, algumas medidas objetivas podem ajudar. Vamos lá:
- Dedique foco especial para as negociações e oportunidades que podem trazer resultado no curtíssimo prazo. Não se trata de abandonar planejamentos de médio e longo prazo, mas em cenários adversos, fazer dinheiro rápido é essencial;
- Ajuste com rigor o seu planejamento, com uma modulação dedicada ao curto prazo, evitando que ao correr atrás de resultados imediatos, novas e mais sérias complicações venham a surgir;
- Afine o modelo de gestão e o processo decisório, nessa hora velocidade é fundamental e o modelo vertical (sem abdicar do bom senso) passa a ser o mais recomendável;
- Negocie de forma planejada com fornecedores e ao menos tente encurtar o prazo de recebimento;
- Ajuste os custos, doa aquém doer (demita, se necessário for, mas não sem alguma orientação de um advogado trabalhista). Corte tudo aquilo que pode ser dispensável;
- Ajuste os processos para obter melhor economia de escala;
- Esteja disposto a dar cambalhotas para fugir do cheque especial ou da conta garantida (o chamado capital de giro oneroso), essas modalidades constroem covas mais rápido do que uma escavadeira;
- Envolva toda a equipe no processo de recuperação;
- Atue com máxima disciplina.
É muito provável que ao final da turbulência, consiga não apenas evitar um contexto pré-falimentar, mas voltar a tona com uma empresa mais forte e melhor preparada para uma boa e consistente fase de crescimento.
Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.
Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial