Governo libera teto de R$ 750 mil para a compra de imóveis com FGTS

1 de outubro de 2013

A partir de agora, trabalhador pode financiar até 80% do imóvel. Medida é reflexo da forte alta dos preços no mercado imobiliário brasileiro

Na segunda (30), o governo liberou a compra de imóveis com uso do FGTS até um teto de R$ 750 mil. A medida é um reconhecimento da forte subida de preços no mercado imobiliário brasileiro. Só em São Paulo e no Rio, o valor médio dos imóveis chegou a subir cerca de 250% nos últimos cinco anos. O ajuste do teto para usar o FGTS em financiamentos era um pedido antigo do setor imobiliário.

Com a medida, o trabalhador poderá usar o fundo de garantia para comprar apartamentos de até R$ 750 mil em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal. Nos demais estados, o limite passou para R$ 650 mil. “Porque esses estados tem um mercado de crédito imobiliário diferente dos outros e os imóveis de R$ 750 mil nesses mercados são mais ou menos equivalente aos de R$ 650 mil nos outros mercados”, explica Júlio Carneiro, chefe-adjunta do Departamento de Normas do Banco Central.

No entanto, o trabalhador terá que aumentar o valor da entrada. Ele poderá financiar até 80% do imóvel. Em capitais como São Paulo, o limite de R$ 500 mil provocava um dilema: o comprador tinha que escolher entre um apartamento mais espaçososo na periferia ou um novo perto do centro, mas pequeno, como uma área útil de apenas 50 metros quadrados.

Agora, o FGTS pode ser usado para financiar, por exemplo, outro apartamento, no valor de R$ 750 mil, também perto do centro, mas bem maior: com dois quartos e 72 metros quadrados de área útil.

O sindicato do construtores diz que a medida não deve levar a uma nova escalada de preços. “Os preços, vamos dizer assim que eles estão praticamente estáveis, subindo de uma maneira controlada e em função de a gente ter um numero muito expressivo de imóveis sendo vendidos a patamares superiores a R$ 500 mil. Então não existe nenhum indício de que isso possa mexer nos preços”, argumenta Cláudio Bernardes, presidente do Secovi.

Já o economista Eduardo Zylberstajn, coordenador do índice Fipezap, discorda. “Isso obviamente causa um aumento na demanda pelos imóveis dessa faixa específica de valor e esse aumento na demanda pode se traduzir em uma pressão de preços. É esperado que a gente tenha algum incremento nos preços por conta dessa medida”, opina o economista.

Fonte: G1 – Jornal da Globo