Empreendeder é ter prazer em mudar a vida dos outros
Fico impressionado com a quantidade de pessoas que procuram modificar suas vidas fazendo viagens para lugares espirituais, como o famoso Caminho de Santiago. Conheço vários casos de indivíduos que, depois dessas jornadas, passaram a ver suas vidas de maneira completamente diferente. E, a partir dessa nova visão nascida de um desafio, transformaram de fato suas vidas.
Eu acredito que é possível comparar o ato de empreender a uma jornada desse tipo. Quando converso com empreendedores bem-sucedidos, fica claro que seu objetivo principal nunca foi buscar a riqueza. Se olharmos a história de cada um deles, veremos que realmente foram impulsionados (e ainda são) pela vontade de transformar. Por isso, acredito que, em vez de chamá-los de empreendedores, deveríamos chamá-los de transformadores.
Mudar a própria vida é praticamente uma consequência natural de abrir uma empresa. Mas, em suas trajetórias, os empreendedores também buscam alterar a vida de seus clientes, por meio da inovação, e também de seus colaboradores. Essa vontade incansável de transformar acaba sendo um traço dominante em suas vidas.
Isso faz com que nunca desistam ou parem de empreender, aumentando, diversificando ou até mesmo recomeçando do zero após eventuais fracassos. Até mesmo aqueles que já conquistaram o sucesso podem ser vistos iniciando novos negócios, investindo ou colaborando de alguma forma com startups. Isso acontece em função do prazer proporcionado pela ação de modificar.
O poder da transformação é provavelmente uma das maiores experiências e aprendizados que os empreendedores acumulam ao longo da vida. A cada novo empreendimento ou desafio, eles conseguem fazer mais rápido e melhor. É claro que, mesmo para esses empreendedores, os momentos de fracasso foram sofridos e traumáticos. Mas, quando perguntamos a eles sobre as fases mais difíceis, as reações mais comuns são: alegria por não terem desistido e satisfação pelo aprendizado.
Por isso, independentemente do momento que você está atravessando agora, não esqueça: o seu maior papel é o de transformador de pessoas. E como diria Fernando Pessoa: “Não existem viagens, mas sim viajantes”.
Fonte: PE & GN