Alta acumulada do metro quadrado em 12 meses chega a 12,7%, segundo o Índice FipeZap Ampliado, com base em 16 cidades
Os preços médios do metro quadrado dos imóveis avançaram 1,2% em setembro na comparação com agosto, segundo o Índice FipeZap Ampliado, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em 12 meses, a alta acumulada chega a 12,7%, e no ano o crescimento é de 9,8%.
Os dados da pesquisa feita em 16 cidades mostram que, apesar da desaceleração econômica, o setor imobiliário ainda dá sinais de aquecimento. Na avaliação do coordenador do Índice FipeZap, Eduardo Zylberstajn, o mercado de trabalho positivo ajuda a manter o aumento constante do preço dos imóveis. Em agosto, por exemplo, o índice ampliado também havia subido 1,2%.
O cenário positivo no mercado de trabalho faz o comprador ter mais confiança em tomar crédito para um financiamento imobiliário e, consequentemente, formalizar a compra de um imóvel. Em agosto – último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) -, a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) mediu uma desocupação de 5,3%.
“Eu acho que mais importante do que a desaceleração da economia é olhar o reflexo disso no mercado de trabalho”, afirma Zylberstajn. “Por mais que a situação do emprego não esteja tão boa como no ano passado, as vagas ainda continuam sendo criadas para profissionais mais escolarizados e jovens. Para essa faixa da população, que deve fazer boa parte do público que compra imóvel, estamos tendo abertura de vagas”, afirma o economista.
No mês passado, o maior aumento do metro quadrado foi registrado em Curitiba. A alta mensal foi de 3,8%. Nos últimos 12 meses, o crescimento dos preços é de 32,3%. “Temos observado um aumento pontual em alguns bairros com peso grande no índice. Isso puxa a média da cidade, mas esse aumento não é algo generalizado”, diz Zylberstajn. A forte elevação do índice em Curitiba também pode marcar uma recuperação, já que os preços dos imóveis caíram no ano passado.
A cidade de São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo, teve o segundo maior aumento do preço médio do metro quadrado. O avanço foi de 1,8% – em 12 meses chega a 10,2%. Na sequência apareceram, Fortaleza (1,6%), Florianópolis (1,5%) e Vitória (1,5%).
Menor crescimento. Apesar da alta nacional, o Rio de Janeiro foi na contramão e teve a menor variação mensal em cinco anos.
Em setembro, o crescimento do preço médio foi de 0,8%. Em 12 meses, porém, o avanço dos preços continua alto – de 14,9%. “Pode haver várias explicações para o resultado de setembro. O mercado é cíclico e em algum momento deve haver uma desaceleração. No Rio, ela pode ter começado, mas não parece ser um movimento brusco. E me parece que está ligada à própria conjuntura econômica”, afirma o coordenador da pesquisa. Os sinais de desaceleração também já apareceram em Brasília.
Segundo Zylberstajn, os movimento cíclicos do mercado imobiliário já foram medidos por um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Em média, o período de alta é de seis anos para os países integrantes da organização. “E é um período que a gente vive, talvez até um pouco mais. Em algum momento vamos ter uma desaceleração, mas ela não vai ser traumática”, diz.
O índice FipeZap também mostrou que o preço médio do metro quadrado nas 16 cidades foi de R$ 7.057 em setembro. O valor mais caro foi registrado no Rio de Janeiro (R$ 9.614). Em seguida, apareceram Brasília (R$ 8.550) e São Paulo (R$ 7.539). Os menores valores foram verificados em Vila Velha (R$ 3.739), São Bernardo do Campo (R$ 4.198) e Vitória (R$ 4.329).
No recorte detalhado por cidade, o metro quadrado mais caro do Rio está no Leblon (R$ 22.084), e o mais barato na Pavuna (R$ 2.103). “Um outro sinal de desaceleração no Rio também é indicado pelo preço do Leblon, que é o bairro mais caro de todos e registrou uma queda no valor do metro quadrado”, afirma Zylberstajn. O recuo no mês passado foi de R$ 124.
Em São Paulo, o maior preço do metro quadrado está em Vila Nova Conceição (R$ 13.430), e o mais baixo em Artur Alvim (R$ 3.409).
Fonte: Estadão – Economia & Negócios