Consumidor não abre mão da marca

10 de outubro de 2013

O casal Gisele e Júlio César Camara é um exemplo de consumidores “malabaristas”. Para enfrentar a alta da inflação, eles fazem “ginástica” na hora que vão às compras.

Com duas filhas pequenas, uma com nove e a outra com dois anos de idade, eles não abrem mão do iogurte, mas reduziram os volumes comprados. “Antes levava para casa uma cartela com oito garrafinhas pequenas e pagava R$ 6. Agora compro dois frascos grandes que rendem mais e acabo gastando menos”, conta Gisele, que é contadora e tem 30 anos.

O refrigerante é outro exemplo de produto que a família cortou as quantidades compradas, mas não excluiu o item da lista de supermercado. “Antes, tomávamos Coca-Cola todos os dias. Agora, só nos fins de semana”, diz Júlio César. Também a frequência do churrasco diminuiu.

“Determinado produto não dá para substituir”, diz a farmacêutica Stephanie Vendramini Bianco Duarte, de 23 anos, solteira. Um exemplo é o arroz da marca Prato Fino. Na sua casa, onde mora com o pai e a mãe, a quantidade comprada de arroz diminuiu, mas a marca não mudou. “Aumentamos o consumo de macarrão”, exemplifica. No caso do refrigerante, a saída foi substituir o produto pelo refresco em pó.

Além de ajustar as quantidades compradas à nova realidade de preços, Júlio César Camara, de 31 anos, conta que mudou de loja. Por comodidade e porque os preços não eram tão diferentes, antes ele fazia as compras num supermercado perto de casa. Agora vai ao hipermercado, onde encontra promoções.

Troca

“Estou mudando de supermercado”, conta a engenheira civil Lígia Valsecchi, de 37 anos, casada e mãe de Helena, de oito meses. No passado, ela fazia compras na loja do Pão de Açúcar, que fica a cinco minutos da sua casa. Hoje ela vai a dois tipos de lojas diferentes para economizar: o hipermercado e a farmácia.

Leite em pó para a filha, por exemplo, ela só compra na farmácia. “Pago R$ 34 pela lata de leite na farmácia, enquanto no supermercado custa R$ 42.” Lígia diz que também fez um “pente-fino” com a sua faxineira para ver exatamente o que ela precisa para fazer a limpeza da casa. “Antes eu comprava produtos caros de limpeza, mas descobri que ela prefere usar álcool.”

Além de rever a lista de produtos de limpeza, a engenheira reduziu as quantidades de outros itens. Cerveja, por exemplo, agora é só uma caixinha.

Fonte: O Estado de São Paulo