Fatores como praticidade, comodidade, flexibilidade, velocidade e melhores preços do que em pontos físicos são os principais argumentos dados pelos consumidores
Já se foi o tempo em que o aparelho de telefonia móvel era usado apenas para efetuar e receber ligações. A realidade de hoje é outra e no futuro, os dispositivos móveis ganharão um papel determinante nas vendas do varejo. A análise vem de opiniões coletadas em pesquisa realizada entre maio e junho pela Mobi.life/E.life Group, sob encomenda da Pagtel, em, São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Belém.
Realizado com o objetivo de entender a relação do brasileiro com o universo mobile sob três principais aspectos – uso de dispositivos, consumo de conteúdo e m-commerce -, o estudo revela que 75,5% das pessoas entrevistadas afirmaram que provavelmente ou com certeza farão uma compra pelo celular ou tablet no futuro. Fatores como praticidade, comodidade, flexibilidade, velocidade e oferta melhor de preços do que em pontos físicos são os principais argumentos descritos pelos entrevistados. “O brasileiro já tem alguma referência sobre pagamentos móveis, mas ainda falta uma experiência mais concreta que vá além da compra de aplicativos, recargas e conteúdo, que são as experiências mais comuns atualmente”, explica Felipe Lessa, diretor de marketing e produtos da Pagtel, empresa de pagamentos móveis.
O resultado comprova que o setor de m-commerce vem crescendo em ritmo acelerado: em 2011 foram feitos pelo celular 5% das compras do varejo online, enquanto em 2012 este percentual dobrou para 10%, segundo dados do IDC (2013).
Para a maioria dos participantes do estudo, o mercado e a sociedade caminham para um futuro em que o dinheiro será cada vez mais virtualizado. Apesar dessa perspectiva, hoje a massificação do segmento ainda enfrenta alguns entraves pela óptica do consumidor, como usabilidade (38% afirmam que os sites mobile desconfiguram, por exemplo, segurança dos dados (25% das respostas), não ter cartão de crédito (15,7%) e achar complicado (12%).
A pesquisa mostra ainda que os entrevistados já têm grande familiaridade com o processo de compra online – seja por meio de experiências prévias em compras de bens virtuais como aplicativos, recarga de celular e conteúdo, aquisição de ingressos em apps, uso de ferramentas de pesquisa de preço, entre outras -. “O mobile vending e o e-commerce são as principais portas de entrada para o m-commerce, já que trazem usuários que não têm tanta resistência em colocar os dados no computador. A barreira de segurança é mais fraca”, completa Felipe.
Aparelhos mais usados para compras
Questionados sobre o dispositivo ideal para compras, a preferência por tablets é mais recorrente (48,7%) em relação aos usuários de smartphones (27,4%), embora a preferência absoluta recaia ainda para o uso de PCs e notebooks (94,1%). “Cenário esse que deve mudar nos próximos anos. Contribui para isso, o potencial de crescimento do mercado de smartphones no Brasil. Segundo o IDC, o país será uma das cinco principais nações mundiais em termos de números de aparelhos desse perfil vendidos. Só para este ano, a expectativa é de aumento de cerca de 60% nas vendas de smartphones por aqui”, analisa Lessa.
Conteúdos adquiridos via dispositivos
O consumo de conteúdo online nos aparelhos móveis existe, mas é restrito aos conteúdos gratuitos e é feito por meio de gerenciadores como, por exemplo, o FlipBoard, ou por contas integradas em outras plataformas, como o Netflix, em que o mobile é mais uma opção e não o foco principal.
Cerca de 2/3 dos entrevistados lê conteúdos como livros, revistas, filmes e séries no seu celular ou tablet. A diferença no tipo de conteúdo consumido via mobile fica clara quando se compara as faixas de idade: enquanto a faixa mais velha possui maior costume de ler (jornais, revistas ou livros), a faixa mais jovem está acostumada a assistir filmes e séries. 71% dos adultos leem jornais e 79,7% revistas. Já 58% dos mais jovens leem jornal e 67% revistas. Entretanto, 61% dos jovens assistem filmes e 57% séries. Entre aqueles com mais de 25 anos, essa porcentagem cai para 53% e 40%, respectivamente.
Em relação aos gastos com conteúdo mobile, a grande diferença se dá na idade. Os mais jovens são mais resistentes a realizar gastos com conteúdo – 61% dos mais novos não gastam nada, contra 51% daqueles com mais de 25 anos. Um ponto interessante é que 18% dos respondentes informaram estar dispostos a gastar mais com conteúdo.
Dados da Pesquisa
Perfis dos entrevistados – Entre os respondentes 42, 35% são jovens, com menos de 25 anos, e 57,65% adultos, com mais de 25 anos. Além disso, 45,73% pertencem a classe AB e 54,27% a classe C.
O estudo foi realizado entre maio e junho deste ano procurou entender melhor a relação do brasileiro com o mundo mobile. Foram ouvidas 530 pessoas, com duas segmentações: por idade e por classe social. Entre os participantes da pesquisa, 95,6% já possuíam smartphones e 51,7% já tinham seus próprios tablets.
Fonte: Portal no Varejo