O maior desafio hoje para os varejistas é conseguir elevar a rentabilidade por meio do giro mais rápido das mercadorias e, assim, evitar os prejuízos com estoques onerosos. Confira artigo de Fernando Gambôa
Para enfrentar o problema, muitos varejistas decidiram organizar a reposição de mercadorias como se fossem distribuidores de frutas e verduras
Uma das mais tradicionais lojas de Londres, por exemplo, muda a oferta de produtos como roupas, calçados e demais acessórios duas vezes ao dia, em pequenos lotes, para ter giro mais rápido das mercadorias e evitar estoques. As roupas já saem das araras de um centro de distribuição próximo que consolida as entregas de todos os fornecedores.
A área de venda é um espaço fundamental para o lojista. Se os gestores percebem que uma gôndola não vende, precisam agir rápido, como mandar para outra região ou loja que tenha maior potencial de fazer a mercadoria girar
Para enfrentar o problema, muitos varejistas decidiram organizar a reposição de mercadorias como se fossem distribuidores de frutas e verduras, ou seja, desenvolveram processos para ter maior rapidez nas vendas. Com apoio de novas tecnologias, conseguem mapear em tempo real quais produtos vendem mais por lojas, cidades e regiões. Monitoram o fluxo de consumo e decidem deslocar os produtos mais lentos em vendas para outras unidades que apresentam maior velocidade de compra.
As tecnologias que chegam ao varejo procuram dar respostas rápidas a todas essas demandas. Porém, muitos projetos de modernização costumam naufragar por falta de um modelo de implementação sólido de transformação digital que envolve três pilares: a organização prévia de processos, a escolha da tecnologia adequada e o envolvimento da área de TI das empresas e o consequente treinamento dos usuários.
Todo mundo fala em Big Data, mas no final o êxito operacional é regido pela capacidade logística que a empresa possui. Todo mundo quer comprar em um site e ter a certeza que vai receber. Os modelos de planejamento são fundamentais para o varejo. Hoje, se o varejista não conseguir manter as lojas abastecidas, não adianta mandar uma oferta para o consumidor. A frustração de não encontrar o produto no tamanho ou cor desejada é enorme.
Modelo Inovadores
Aqui no Brasil uma rede de franquias especializada na venda de óculos passou a enviar por e-mail ofertas de óculos já adequados para as características do rosto do cliente que, ao se cadastrar previamente, tirou algumas fotos para o banco de dados da empresa. Neste caso, faz o uso de ferramentas para praticar o marketing individualizado para alavancar vendas.
Mas para lançar modelos inovadores é preciso fazer um projeto de longo prazo adequado ao perfil da empresa. O SAP Retail e o Analytics aplicados para a administração do sortimento nas lojas e o monitoramento das tendências são boas ferramentas para criar toda uma base para o varejista. Porém, para chegar ao Analytics e lidar com o Big Data, a empresa precisa fazer o projeto do zero e isso demora um certo tempo.
O treinamento e capacitação das equipes de TI são a parte fundamental do negócio, para que ele tenha sucesso e condição de lançar projetos inovadores. Muitos casos mão certo porque algumas companhias já querem pular essa etapa.
Fonte: No Varejo – Fernando Gambôa, diretor sênior do Grupo ASSA