Economia vai melhor neste fim de ano

10 de dezembro de 2013

Economia vai melhor neste fim de ano, mas até quando?

size_590_graficosSoma daqui, tira de lá, os economistas do mercado financeiro estão refazendo as contas de suas projeções para os principais indicadores da economia brasileira. Ganhamos daqui, perdemos de lá. A inflação para 2013 certamente foi a surpresa mais positiva. O PIB, que até o resultado do terceiro trimestre – que foi negativo em 0,5% – vinha ganhando uns quilinhos, perdeu força mas, ainda assim, aponta para um crescimento acima de 2% neste ano.

A poucos dias do fim de 2013, enquanto os dados vão saindo, vai ficando mais claro o ritmo e a composição da atividade econômica – quem está carregando quem e para onde. Desapontando a grande esperança para este ano, o investimento não foi a estrela da vez e o consumo, mesmo mais fraco, continuou liderando a trajetória da economia.

Por isso, os dados sobre as vendas no varejo, que serão publicados na próxima quinta-feira (12) pelo IBGE, terão um papel importante no cenário final de 2013. O mercado espera alta de 0,5% para outubro, depois de ficar estável no mês anterior. Até o final de dezembro, o setor deve alcançar uma alta entre 4% e 5% – pior do que em 2012, quando o comércio cresceu 8%.

Uma das grandes decepções com o resultado do PIB do terceiro trimestre foi a queda nos investimentos, de 2,2%. Para os últimos três meses do ano, o desempenho vai melhorar um bocado graças aos leilões realizados pelo governo para operação de rodovias, aeroportos e a exploração dos campos do pré-sal.

Na próxima sexta-feira (13), o Banco Central divulga o seu cálculo de crescimento da economia em outubro – o IBC-Br – que o mercado passou a considerar como uma prévia do PIB apurado pelo IBGE. A expectativa é de alta de 0,5%, o que em 12 meses, alcança 2,2%.

O dado certamente vai mostrar uma recuperação do tombo do terceiro trimestre. Mas a alegria vai durar pouco. Pelos números disponíveis até agora, a atividade em novembro perdeu força e vai provocar mais uma freada nas estatísticas dos indicadores brasileiros. Dezembro será melhor, claro – afinal, é Natal! Será o suficiente para manter o PIB de 2013 acima de 2%.

Para a inflação a vida anda um pouco mais leve. O boletim Focus dessa semana mostrou um belo tombo nas projeções para o IPCA deste ano – de 5,81 para 5,77%. Um cálculo que levou em conta uma queda maior dos preços do que a esperada para outubro e novembro e um menor reajuste dos combustíveis permitido pelo governo. Para dezembro, o mercado continua esperando um IPCA perto de 0,70%, mais alto que nos meses anteriores, mas nada que possa prejudicar o desempenho final do índice oficial de inflação.

Aqui a alegria também tem dias contados. A previsão dos economistas para o IPCA do ano que vem segue mais perto de 6%, sem ceder. O que está na ponta do lápis é um inevitável reajuste das tarifas controladas pelo governo durante o ano, como transportes e energia. É inevitável do ponto de vista econômico, mas como estaremos em ano de eleição, pode ser evitável do ponto de vista político.

Fonte: G1 – por Thais Herédia