Os comerciantes que trabalham com decoração de Natal acreditam em um fim de ano promissor em 2013. As lojas estão repletas de novidades, como arranjos de flores, guirlandas, bolas, papais noéis e gnomos para todos os gostos.
Há um ano, o empresário Hélio Miyamura investiu R$ 1,5 milhão para montar uma loja de decoração. Ele comprou e reformou um imóvel, e fez estoque de quatro mil itens. “É a melhor época para nós comerciantes, nós nos preparamos para isso e fomos muito bem recebidos, com itens diferenciados e que agregam a oportunidade de a pessoa decorar o seu ambiente, a sua residência, seu escritório”, comenta.
A maior parte dos enfeites é importada da Europa e dos Estados Unidos, mas o diferencial é compor com plantas brasileiras. Uma árvore feita com galhos secos de jabuticaba, musgos, em um cachepô de folhas de bananeira e com enfeites escolhidos pelo cliente pode custar cerca de R$ 1.500, explica o designer de interiores Josué Patrocínio.
Outro item da loja que vende bastante são os arranjos florais, que representam 35% do faturamento. A empresa cobra a partir de R$ 90 por mês pelo serviço de entrega e troca de arranjos.
Uma tendência deste ano é decorar com frutas, verduras e legumes. A loja tem uma opção, por exemplo, de um arranjo feito com brócolis, berinjela, abobrinha e pimenta. “Depois é só comer, a gente faz uma bela salada e pode comer o arranjo”, diz a paisagista Márcia Rocha Politi.
A estratégia da loja é agrupar produtos para estimular as vendas. “Na época do Natal, nós agregamos e levamos ao cliente essa oportunidade de ele criar uma ambiente com a composição do que ele já possui ou possa ser agregado”, explica Miyamura.
De outubro a dezembro, a loja de decoração fatura R$ 100 mil por mês, um aumento de 20% nas vendas, por conta do Natal. “Realmente está sendo um excelente Natal.”
Fornecedores pagos com dinheiro das vendas
Quem entra na loja de Elisabeth Torresi, em São Paulo, é recebido por um Papai Noel dançarino de 1,80m – e logo começa uma viagem por enfeites natalinos de todos os tipos, cores e tamanhos. A empresária montou a loja em 2003.
“Todo ano eu sempre tenho retorno de clientes que já vieram o ano passado, retrasado e os novos clientes. Sempre ou comprando um item a mais, ou renovando seu Natal”, diz Elisabeth.
A empresária investiu R$ 150 mil nas instalações da loja. Ela não usa capital próprio para comprar os produtos. Elisabeth paga os fornecedores com o dinheiro das vendas. “A minha negociação com meu fornecedor é: pagamento dezembro, janeiro e fevereiro. Então, eu recebo do meu cliente primeiro para depois pagar meu fornecedor.”
No que não vende, a empresária dá descontos de até 50% a partir de janeiro, para manter algum movimento durante o ano. Mas 90% das vendas são de outubro a dezembro. Nesse período, a loja fatura R$ 500 mil.
A loja de Cleuza Fabretti, em Santo André, aposta na variedade para atrair clientes. São mais de dez mil itens de Natal. “Em um lugar você acha pisca, em outro você acha bola. Aqui não, você engloba tudo e tem tudo”, diz a cliente Neli Pereira.
O negócio começou em 1991, como uma loja de material elétrico. A empresária Cleuza fez um investimento inicial de R$ 2 mil em estoque. Certo dia, expôs alguns enfeites de Natal que venderam tanto e acabaram tomando conta do negócio.
“Ele veio como um agregadinho tímido. Foi ocupando espaço e chegou um tempo que já não dava mais para dividir a loja. Aí, nós continuamos só com o Natal mesmo”, explica a empresária.
Todo ano tem novidades, como a árvore de Natal de led, imitando cerejeira, por R$ 1.590, ou o Papai Noel animado, por R$ 8.900 – o produto mais caro do estabelecimento.
A loja funciona de outubro a dezembro e, nos outros meses, fecha as portas, mas não para. Enquanto estão fechados, eles contatam os fornecedores, decoram as árvores de Natal e produzem os laços, que são os campeões de vendas. São 70 mil laços por ano.
“A gente trabalha quase que os 12 meses, recebe nos últimos 3 meses, mas a gente faz um caixa, se organiza direitinho e dá tudo certo”, explica Cleuza. A loja vende para lojistas e para consumidores finais, além de fazer também projetos de decoração.
O faturamento anual é de R$ 1,2 milhão. “E é de 20% a 30% nosso aumento para esse ano. A gente está preparado para isso. (…) Se a gente ficar se preocupando só com a economia, não vai para frente. A gente acredita no negócio e faz bem feito. Aí vai.”
Fonte: G1