Cartão de crédito é a modalidade mais citada pelos que têm débitos
O número de famílias brasileiras endividadas aumentou 7,5% no ano passado na comparação com 2012: 62,5% relataram ter dívidas, incluindo modalidades como cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado e financiamento de carro e de casa, segundo estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). O percentual de famílias com dívidas permaneceu elevado o ano todo, alcançando o pico em julho de 2013, quando marcou 65,2%. Foi o segundo maior patamar de toda a série histórica, atrás somente do registrado em fevereiro de 2011.
A economista Marianne Hanson, da CNC, avalia que a alta do endividamento dos brasileiros é explicada pelo crescimento da concessão de crédito às pessoas físicas, mesmo que em ritmo mais moderado. Ela observou que o número de famílias com contas em atraso ficou praticamente estável no ano passado, em 21,2% do total. O índice de famílias sem condições de pagar as dívidas em atraso caiu de 7,1% para 6,9%.
PRAZOS FORAM ALONGADOS
Mesmo com o crescimento da fatia da população comprometida com dívidas, o estudo da CNC apontou uma melhoria no perfil de endividamento dos brasileiros, com alongamento dos prazos. De 2012 a 2013, o prazo médio de comprometimento com dívida subiu de 6,53 meses para 6,74 meses.
Este alongamento permitiu a queda na parcela média da renda das famílias comprometida com dívidas, de 30% para 29,4% afirma a economista.
No que diz respeito ao tipo de dívida, o estudo aponta que a parcela das famílias que têm débitos com o cartão de crédito avançou de 73,6% para 75,2%. Em segundo lugar, ficou o carnê de prestações, citado por 18,7% das famílias. O financiamento do carro ficou em terceiro lugar, mencionado por 12,2%.
Na avaliação do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque PellizzaroJúnior, o menor comprometimento da renda mensal dos consumidores brasileiros contribuirá para os resultados do comércio este ano. Ele ressaltou que os consumidores estão mais cautelosos na hora de fechar um negócio. Além disso, destaca, os empresários estão preocupados com a Copa do Mundo, que acontece em junho próximo. O comércio deverá fechar as portas em dias de jogos nas cidades sede da competição mundial, o que deve afetar negativamente as vendas.
A nossa expectativa é que os resultados de 2014 fiquem muito próximos aos registrados no ano passado conta Pellizzaro.
Fonte: O Globo | Economia