Pesquisa revela que as companhias observam a intimidade de seus funcionários nas redes sociais e que o comportamento digital pode levar à demissão. Religião, política e futebol estão entre as coisas que elas mais reparam
Uma pesquisa feita pelo instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente (IBRC) para VOCÊ S/A revela que é crescente o número de empresas que observam o comportamento de profissionais nas redes sociais tanto na hora de contratar como ao longo de sua permanência no emprego.
E o que elas querem saber pouco tem a ver com trabalho. O que conta mesmo são o posicionamento religioso e político, o vínculo com torcidas organizadas, a presença de fotos com conteúdo constrangedor e as manifestações de intolerância e preconceito. Até as curtidas no Facebook não passam despercebidas.
De acordo com o levantamento, que ouviu 623 executivosde RH de 577 empresas brasileiras de todos os tamanhos e de vários setores, o comportamento nas redes sociais pode influenciar a promoção de um profissional e levar a uma punição ou à demissão.
A pesquisa desmonta a ideia de que as companhias recorrem às mídias sociais apenas para fazer uma avaliação informal de funcionários e candidatos ou de que essa varredura só verifica aspectos profissionais, como o que está declarado no Linkedin.
O que o profissional faz nas horas vagas revela mais sobre quem ele realmente é e tem um peso maior em sua reputação. “As fronteiras entre o pessoal e o profissional desapareceram”, diz Mauro Segura, diretor de marketing e comunicação da IBM e especialista em mídias sociais, do Rio de Janeiro.
O estudo mostra ainda que as pessoas costumam pensar na própria reputação digital no momento em que estão concorrendo a uma vaga, mas se esquecem completamente de cuidar da imagem enquanto estão empregadas. Profissionais ouvidos na pesquisa atribuem nota 8,2 à infuência das redes sociais na decisão de contratação, mas dão nota 1,8 ao peso das mídias na definição de uma demissão.
“É um equívoco que os profissionais cometem, porque a pesquisa aponta que, para as empresas, as redes sociais têm um peso maior na demissão do que na promoção”, diz Alexandre Diogo, presidente do IBRC e responsável pela pesquisa, de São Paulo.
Fonte: Exame.com