Alta de 4,3% nas vendas em 2013 foi a menor em 10 anos. Supermercados cresceram 1,9% em 2013; em 2012, alta foi de 8,5%
O crescimento menor do consumo das famílias em 2013 foi responsável pela menor alta das vendas no varejo no país em 10 anos: 4,3% em relação a 2012. Naquele ano as vendas no varejo fecharam com um aumento de 8,4% em comparação com o ano anterior.
Aleciana Gusmão, técnica da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apresentou nesta quinta-feira (13) os resultados da Pesquisa Mensal de Comércio, citou nota do Banco Central admitindo “o menor ritmo de crescimento de expansão do crédito em 2013” a partir da elevação dos juros em abril.
“O ano de 2013 se encerrou com menor dinamismo no consumo das famílias, percebido pelas variações negativas do comércio varejista. Veículos, móveis e material de construção são os que mais dependem do crédito”, explicou.
O fraco desempenho do varejo pode ser explicado ainda, segundo a técnica, pela perda de posição dos resultados de hiper e supermercados, crescimento de 1,9% em 2013 – representando 22,6% na formação do índice, o segundo maior impacto – quando em 2012 a alta foi de 8,5%.
Segundo Aleciana, a inflação dos alimentos em 2013 foi de 7,7%,menor que a de 2012, que bateu 10%, mas a massa salarial em 2103 cresceu em ritmo inferior ao ano anterior.
O maior responsável pelo crescimento de 4,3% do varejo no país foi o segmento qualificado pelo IBGE como “outros artigos de uso pessoal doméstico”, representado em 48% pelas atividades de lojas de departamentos. Segundo a técnica, o desempenho do ramo “vem crescendo continuamente desde 2012”.
Por dois anos seguidos, o segmento de computadores registrou deflação – em 2011 (-9,3%) e em 2012 (-5,2%). Em 2013, as altas do câmbio impactaram o setor, que fechou o ano com uma inflação de 6,3%.
Com isso, o ramo de equipamentos e material par escritório, informática e comunicação teve o maior recuo em dezembro de 2013, comparado com novembro: -12,6%. Mas teve desempenho razoável no ano, com alta de 7,2%, praticamente o mesmo de 2012, 7%, mas menos da metade do patamar de 2011: 19,6%.
O bom desempenho dos combustíveis em 2013 – alta de 6,3% em relação a 2012 – se deve, segundo Aleciana, ao aumento da frota de veículos.
O setor de material de construção cresceu 6,9% em 2013, um pouco abaixo da alta de 8% registrada em 2012, ainda beneficiado por programas oficiais como Minha Casa, Minha Vida, e pelas condições de crédito habitacional favoráveis, disse a técnica do IBGE.
Móveis e eletrodomésticos, com aumento de 5% em 2013, bem menos que o crescimento de 12,2% registrado em 2012, sofreu o impacto da alta de preços.
“A inflação do mobiliário fechou 2013 em 9,2%, acima da inflação geral de 5,9%. Em 2012, ficou em 4,8%, abaixo da inflação geral. Mesmo com redução de IPI, os preços repercutiram sobre as vendas”, disse.
Fonte: G1