Criação de empregos formais tem pior mês de março em 15 anos

23 de abril de 2014

Fraco resultado de março tem relação com carnaval tardio, diz governo. No trimestre, entretanto, houve alta de 12,7% nas vagas formais abertas

geraçao de emprego
Divulgação

Informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgadas nesta quinta-feira (17) pelo Ministério do Trabalho mostram que foram criados 13.117 empregos com carteira assinada em março. Isso representa uma queda de 88,3% frente ao mesmo período do ano passado (+112.450 vagas formais). Trata-se do pior resultado, para meses de março, desde 1999 (76.313 vagas fechadas), ou seja, em 15 anos.

De acordo com o governo, o fraco resultado na criação de empregos formais, em março deste ano, está relacionado com o carnaval tardio – que aconteceu, em 2014, no mês passado. Com isso, as contratações temporárias, para a festa, aconteceram em fevereiro, com os trabalhadores sendo dispensados no mês seguinte.

De acordo com o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o fim do verão também motivou um maior número de demissões em março.  “Tivemos no mês de fevereiro a geração de 266 mil postos de trabalho. Houve contratação antecipada em fevereiro. O carnaval se realizou em março. Com o fim do carnaval, que coincide com o final da temporada de verão, houve demissões”, avaliou ele.

Em fevereiro, foram criados 260.823 empregos formais, o que representou uma alta de 111% na comparação com o registrado em fevereiro de 2013 (123.446 mil novos postos).

No 1º trimestre, foram criados 344.984 empregos

Apesar de o mês de março ter registrado pequena criação de empregos formais, os números oficiais mostram que houve crescimento nas vagas abertas no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2013.

De janeiro a março deste ano, foram criados 344.984 empregos com carteira assinada – com alta de 12,7% frente ao mesmo período do ano passado, quando foram abertas 306.068 vagas.

Os números de criação de empregos formais do acumulado de 2014, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo (até o mês de fevereiro). Os dados de março ainda são considerados sem ajuste.

Segundo o ministério, os salários médios de admissão registraram um crescimento real (acima da inflação) de 2,49% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2013, passando de R$ 1.138,46 para R$ 1.166,84.

Copa do Mundo e expectativa para 2014

O ministro Manoel Dias avaliou que deverão ser criadas 175 mil vagas de empregos formais para a Copa do Mundo entre abril e junho deste ano. Segundo ele, parte destas vagas devem ser mantidas após o campeonato. Estes empregos, segundo ele, devem ser criados nos setores de vigilância, hotelaria, restaurantes e também nos estádios de futebol.

Para todo este ano, o ministro manteve a previsão de que devem ser abertos de 1,4 milhão a 1,5 milhão de empregos com carteira assinada – o que representará, se confirmado, aumento frente ao ano de 2013, quando foram criadas 1,11 milhão de vagas, o pior resultado em 10 anos.

Desemprenho por setores da economia

Segundo o Ministério do Trabalho, o setor de serviços liderou a criação de empregos formais nos três primeiros meses deste ano, com 223.240 postos abertos (contra 170.313 no mesmo período do ano passado), ao mesmo tempo em que a indústria de transformação foi responsável pela contratação de 101.112 trabalhadores com carteira assinada no mesmo período. De janeiro a março do ano passado, a indústria abriu 108.129 vagas.

A construção civil, por sua vez, registrou a abertura 70.301 trabalhadores com carteira assinada no primeiro trimestre deste ano, contra 79.936 vagas no mesmo período de 2013. Já o setor agrícola gerou 5.987 empregos nos três primeiros meses deste ano (contra o fechamento de 11.700 vagas no mesmo período de 2013), enquanto o comércio fechou 78.376 vagas formais de janeiro a março deste ano (contra 67.221 vagas fechadas nos três primeiros meses de 2013).

Regiões do país

Segundo números oficiais, o emprego formal cresceu em três das cinco regiões do país no primeiro trimestre deste ano. Neste período, a Região Sudeste abriu 159.907 empregos com carteira assinada, ao mesmo tempo em que a Região Sul registrou a criação de 150.654 nos três primeiros meses de 2014.

A Região Centro-Oeste, por sua vez,  foi responsável pela abertura de 51.454 postos formais de emprego no primeiro trimestre deste ano, enquanto que a Região Norte teve o fechamento de 3.679 postos de trabalho com carteira assinada. A Região Nordeste registrou o fechamento de 13.352 empregos com carteira nos três primeiros meses deste ano.

Fonte: G1