Veja o que os turistas vão encontrar em Salvador durante a Copa do Mundo

30 de maio de 2014
Se quiser um coco o turista vai ter que pagar R$ 1,50
Se quiser um coco o turista vai ter que pagar R$ 1,50 – Foto: Reginaldo Ipê

Faltando cerca de 15 dias para a Copa do Mundo, os últimos preparativos para os jogos estão sendo ajustados. Os estimados 670 mil visitantes (brasileiros e estrangeiros) que devem chegar a Salvador vai encontrar uma cidade preparada para um evento de grande porte, cercada por belezas naturais e metrô nos trilhos. Contudo, assim como toda grande metrópole, Salvador ainda enfrenta problemas sociais e falta de infraestrutura, principalmente quando o assunto é tráfico de drogas, lixo acumulado e obras inacabadas.

No próximo dia 12, os jogos mundiais começam. No dia seguinte (13), o grupo B estreia às 16 horas, na Arena Fonte Nova, com a seleção espanhola contra a holandesa. Até lá, a cidade já estará repleta de turistas que chegarão para acompanhar as partidas, apreciar as belezas da capital baiana e aproveitar as vantagens referentes a preço de alimentos. Enquanto um coco verde gelado pode ser comprado no valor entre R$ 1,30 a R$ 3, no Rio de Janeiro, o preço pode chegar até R$ 7.

Os pontos turísticos também são pontos positivos para a cidade. A beleza histórica do Farol da Barra e as calmas águas do Porto são apontadas como os principais atrativos do bairro. “Aqui é muito lindo. Nunca vi uma praia tão tranquila e charmosa como essa. Dá vontade de ficar pra sempre”, disse a contadora maranhense, Ana Virgínia Almeida, 42 anos.

Mas nem só de beleza a Barra é composta. Os transtornos causados pelas obras de revitalização, ainda em andamento, tem despertado revolta nos comerciantes do local. “Acho que a gente não vai faturar muito com essa Copa. Que turista vai querer vir aqui no meio dessa bagunça?”, indagou o garçom Carlos Antônio. Os engarrafamentos são constantes no bairro, assim como o barulho e a poeira. “Não sabia que a Barra estava assim. Espero que logo isso termine e a gente possa passear com tranquilidade”, disse a paulista Angélica Barreto, 39.

A famosa balaustrada do bairro também apresenta problemas promovidos pela ação do tempo. A falta de lixeira nas areias da praia é incômodo para banhistas e antigos barraqueiros. “Às vésperas da Copa e a gente não tem nem lixeira para jogar o lixo. Uma vergonha tudo isso”, gritou um vendedor de coco. “É bom que todo mundo vê a sujeira que fica aqui na praia no final da tarde”, completou outro. Além disso, o assédio dos “flanelinhas” e dos pedintes ainda é constante. “A gente mal estaciona e logo vem um correndo atrás do veículo. Isso nos assusta, imagina com os turistas que não tem costume”, disse o estudante Thiago Mello, 28.

A prefeitura prevê que as intervenções no bairro devam estar finalizadas em julho, um mês após a estimativa inicial, por conta das chuvas que caíram nas últimas semanas. No entanto, a administração municipal garante que, “até a Copa do Mundo, o trecho do Farol da Barra até o Porto estará pronto, e que os materiais depositados serão retirados. A prefeitura informou, ainda, que as obras vão continuar normalmente durante o evento”.

Prós e contras no caminho da Arena

Único situado próximo ao centro da cidade e com uma das estruturas melhor projetada no país, o estádio da Fonte Nova conta com duas mil vagas de estacionamento, 50 mil assentos cobertos, 39 quiosques de alimentação, 12 elevadores e espaço para cadeirantes na arquibancada. A novidade é que o visitante também contará com o funcionamento do metrô, que levará o torcedor até a Arena.

Apesar de todo esse conforto, os caminhos para a Arena, onde as seleções irão se enfrentar, também passam por problemas estruturais e acúmulo de lixo, como é possível perceber na região do Dique do Tororó. Após banho de asfalto, revitalização de encostas e calçadas, entulhos ainda são encontrados na área. Além disso, alguns serviços de sinalização não foram concluídos no entorno da Arena Fonte Nova.

No Centro Histórico, passagem obrigatória de turistas, a falta de segurança ainda é apontada como um problema evidente no local. “Aqui tem policiamento, mas ainda é pouco. Tem muito menor de idade traficando e abordando os turistas”, disse Guilherme Moura, que trabalha como ambulante no local. Apesar disso, ele garante que o turista não vai se arrepender de frequentar o Pelourinho. “Aqui é tudo de bom. Aqui tem muita coisa boa e bonita para receber os visitantes. Quem vem aqui, se apaixona”, garantiu.

Fonte: Tribuna da Bahia