Sebrae apoia novas alternativas de crédito

3 de junho de 2014

 

Santos: "A melhor fonte é aquela que viabiliza o acesso a crédito em condições mais compatíveis em juros e prazos"

Santos: “A melhor fonte é aquela que viabiliza o acesso a crédito em condições mais compatíveis em juros e prazos”.  A avaliação é do economista Carlos Alberto dos Santos

A melhor fonte de crédito é a que oferece condições mais compatíveis em termos de juros e prazo. A avaliação é do economista Carlos Alberto dos Santos, diretor-técnico do Sebrae, que está há vários anos na instituição engajado em expandir as alternativas de crédito para o segmento. Cita que o empreendedor pode saciar sua fonte de crédito em boas fontes, como bancos federais e especialmente as cooperativas de crédito.

“O Sebrae apoia 185 cooperativas de crédito que participam de um projeto de melhores práticas onde vem surgindo uma nova cultura, que poderá revolucionar os negócios”, afirma em entrevista exclusiva ao caderno de MPMEs do DCI. “Oferecer produtos com qualidade superior e diversificada é uma estratégia cooperativa que tem sido utilizada com mais frequência.”

Confira a entrevista:

Qual é a melhor fonte de crédito para micro e pequenas empresas e microempreendedor individual?

A melhor fonte é aquela que viabiliza o acesso a crédito em condições mais compatíveis em termos de juros e prazos. Para os pequenos negócios, o principal agente tem sido a Caixa Econômica Federal; e na região Nordeste, o Banco do Nordeste. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também dispõe de linhas de crédito, em especial o Cartão BNDES. Também há os serviços financeiros oferecidos pelo Banco do Brasil e todas as cooperativas de crédito do País.

Quais são a participação, a importância e as vantagens das cooperativas de crédito no contexto dos financiamentos?

A cooperação entre os pequenos negócios tem se destacado como um meio capaz de torná-los mais competitivos. O Sebrae apoia 185 cooperativas de crédito que participam de um projeto de melhores práticas onde vem surgindo uma nova cultura, que poderá revolucionar os negócios. A cooperativa é uma instituição financeira. Apesar de não ser um banco, suas atividades são consideradas bancárias. Assim, pode oferecer aos associados diversos serviços financeiros, tais como contas correntes, captação de depósitos a prazo, na modalidade de Recibos de Depósitos Cooperativos (RDC), pagamento de boletos (fichas de compensação), transferências de recursos via DOC e TED, cartões de débito e de crédito. Por meio dos bancos cooperativos, ou outros conveniados, o associado tem acesso ao BNDES para financiamento de investimentos fixos (Finame, BNDES Automático). Para os empreendedores e empresários do segmento de pequeno porte com atividades rurais, a cooperativa garante acesso aos recursos subsidiados do crédito rural (Pronaf, Proger Rural, Funcafé). Além disso, a aplicação de recursos sob a modalidade de depósitos a prazo pode receber uma remuneração mais elevada que a oferecida pelos bancos locais, uma vez que a estrutura de custos das cooperativas pode ser mais “enxuta”. Fortalecer o poder de compra, compartilhar recursos, combinar competências, dividir o ônus de realizar pesquisas tecnológicas, partilhar riscos e custos para explorar novas oportunidades e oferecer produtos com qualidade superior e diversificada são estratégias cooperativas que têm sido utilizadas com mais frequência, anunciando novas possibilidades de atuação no mercado. Além disso, há o aspecto do desenvolvimento local e as instituições financeiras têm ampliado, cada vez mais, a oferta de serviços financeiros aos pequenos negócios.

Idem para as SGC?

As Sociedades de Garantia de Crédito (SGC) são entidades associativas de caráter privado, formadas por empresas e podem, ainda, contar com a participação de outras instituições públicas e privadas. São uma inovação financeira no Brasil, por isso, ainda pouco conhecida, mas com perspectivas promissoras à medida que se consolidam e conquistam espaço no mercado financeiro nacional. Seu objetivo é de complementar as garantias que são exigidas dos pequenos negócios, nas operações de crédito junto aos agentes financeiros. As SGC também podem fornecer aval técnico, comercial e assessoria financeira. Entre as principais vantagens estão a mitigação do risco de crédito, a redução dos custos e a qualificação das operações de crédito. Trata-se de um processo qualificado e que reduz custo de acesso pelos pequenos negócios. O Brasil conta, hoje, com nove sociedades garantidoras em operação nas seguintes localidades: Caxias do Sul (RS), Toledo (PR), Francisco Beltrão (PR), Maringá (PR), Governador Valadares (MG), Londrina (PR), Campina Grande (PB), Campos dos Goytacazes (RJ) e a recém-inaugurada em Patos de Minas (MG). Há outras cinco em fase pré-operacional em Guarapuava (PR), Goiânia (GO), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Três Rios (RJ), que deu início ao processo de mobilização das entidades e empresários locais nesta semana.

A propósito, como as MPE têm acesso ao Fundo de Aval do Sebrae (Fampe)?

O Fampe é operacionalizado por instituições financeiras credenciadas pelo Sebrae. Atualmente, existem 11 instituições credenciadas aptas a utilizar o Fampe nas operações de crédito concedidas às micro e pequenas empresas. São elas: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Banco Regional de Brasília e as agências de fomento do Paraná, do Rio Grande do Norte, do Tocantins, de Goiás, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Fonte: DCI