Micro e pequeno fabricante pagam mais caro por empréstimo

5 de junho de 2014

credito-subindoOs micro e pequenos industriais já começam a demonstrar preocupação diante da dificuldade e do custo para tomar empréstimo bancário, segundo levantamento do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi-SP). No começo do segundo trimestre, 46% dos entrevistados pelo sindicato consideravam difícil obter empréstimos. Entre as 311 indústrias paulistas consultadas, de 7 a 24 de abril, apenas 37% recorreram à linha decrédito para pessoa jurídica.

Em abril, as fontes de crédito mais usadas para a composição do capital de giro foram as voltadas a pessoas jurídicas (37%), cheque especial (15%, ante 9% em março), parentes e amigos (10%, ante 16% em março), empréstimo pessoal no banco (10%), e pessoas e empresas que fornecem empréstimos (5%).

“Isso mostra que a maioria está pagando juros acima da média, o que inviabiliza investimentos e crescimento. Os bancos não estão concedendo empréstimos porque estão cada vez mais seletivos. Se oferecem é por meio de linhas mais caras, como o crédito pessoal”, observa o presidente do Simpi, Joseph Couri.

Além disso, essa desaceleração no crédito deve no endividamento das micro e pequenas indústrias. Em abril, 43% dessas empresas tinham dívidas ante 42% de março. Entre os que tinham dívidas em abril, 19% estavam endividados em nível moderado, 14%, em nível baixo, e somente 10% estavam altamente endividados. “Já começamos a notar que mudança do nível moderado para alto. Isso porque aquelas empresas que se endividaram nos anos anteriores não estão conseguindo renegociar suas dívidas”, disse.

De acordo como presidente do Simpi, o cenário de desaceleração do crédito preocupa também, devido a ausência de recursos para novos investimentos. “Pela primeira vez, por exemplo, a pesquisa apontou que não existe uma tendência de crescimento do emprego”, pondera, destacando que as demissões já estão ocorrendo em alguns segmentos da indústria.

Copa

Couri comenta que as empresas também devem ser afetadas pelo excesso de paradas em junho, em função da Copa do Mundo. “Produção e vendas devem diminuir. Mas, apesar dos problemas econômicos, todos somos favoráveis à festa do futebol no Brasil”, concluiu.

Fonte: DCI Online