Cautelosos, alguns bancos já demoram mais para liberar os empréstimos, exigindo um número maior de documentos e comprovações de capacidade de pagamento, afirmam executivos ouvidos pelo Valor. “Não mudamos nossos modelos estatísticos de aprovação de crédito, mas o fato é que a qualidade das propostas caiu”, diz um executivo de um grande banco privado.
Depois de atingir níveis historicamente baixos neste ano, a inadimplência ameaça voltar a subir. Cenários traçados por economistas – e pelas próprias instituições financeiras – para o fim de 2014 contemplam um patamar mais elevado do calote bancário.
Apesar de não se desenhar um cenário catastrófico, um conjunto de fatores sinaliza que os atrasos nos pagamentos vão se intensificar nos próximos meses. Crescimento econômico anêmico, perspectiva de piora do mercado de trabalho, aumento menor da renda, endividamento elevado das famílias e efeitos do recente ciclo de elevação da taxa de juros devem colaborar para a deterioração da qualidade dos ativos dos bancos.
Fonte: Valor Econômico