Na variação mensal, junho em relação a maio deste ano, o número de consumidores com parcelamentos em atraso recuou 4,95%
Em junho, o número de pessoas inadimplentes registradas no banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apresentou desaceleração e cresceu 4,39% em relação ao mesmo mês de 2013. O indicador mensal de inadimplência do consumidor tem abrangência nacional e calcula tanto o número de brasileiros inadimplentes quanto a quantidade de dívidas em atraso.
Os economistas da CNDL e do SPC Brasil apontam que, apesar do número de pessoas com parcelamentos em atraso ter crescido em junho, o resultado apresentado pelo indicador representa a interrupção de uma trajetória de consecutivas acelerações da inadimplência, iniciada desde o começo deste ano.
Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, ainda que o indicador tenha mostrado uma acomodação, o atual contexto macroeconômico de juros altos e de inflação elevada não colabora para reverter a tendência de alta dos próximos meses. “O consumidor endividado fica praticamente sem perspectivas ao ver a própria renda perder valor com a aceleração da inflação. Além disso, a alta dos juros contribui para encarecer o valor das parcelas dos financiamentos”, disse Pellizzaro Junior.
Na variação mensal, junho em relação a maio deste ano, o número de consumidores com parcelamentos em atraso recuou 4,95%. Na avaliação dos economistas do SPC Brasil, a queda verificada em junho pode ser pontual e não deve se repetir ao longo dos meses seguintes. “É preciso aguardar os desdobramentos do indicador daqui pra frente para se chegar a uma avaliação mais clara”, disse a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
A quantidade de dívidas em atraso no banco de dados do SPC Brasil mostrou, em junho, aumento de 5,0% em relação ao mesmo mês de 2013. A variação ficou muito próxima à alta de 5,21% que já havia sido verificada no mês anterior.
Os analistas das duas entidades explicam que o número de dívidas ainda não pagas mantém o patamar de crescimento anual por volta de 5,0%, o que vem sendo verificado desde abril de 2014. “A tendência do indicador é de alta, e assim como acontece no indicador de pessoas inadimplentes, este comportamento deve se repetir ao longo dos próximos meses”, diz Marcela Kawauti.
Fonte: DCI – Comércio, Indústria e Serviços