Optar por um curso de inglês no exterior num lugar com muitos brasileiros pode colocar em risco a eficácia do intercâmbio, já que o estudante pode cair na tentação de fazer amizade com os conterrâneos e “esquecer” o propósito inicial da viagem. A Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais (Belta) fez um levantamento, a pedido do G1, de dez destinos para estudar inglês em cidades pouco frequentadas por brasileiros, mas que oferecem opção de lazer. A Belta ouviu 15 agências de intercâmbio associadas (veja nomes abaixo).
“Quando o local possui muitos brasileiros se exige mais disciplina do intercambista. Quanto menos brasileiros, maior a produtividade, porque o aprendizado ocorre de forma mais intensa e há mais contato com a população local”, diz Marcelo Albuquerque, diretor financeiro da Belta.
As cidades sugeridas pela Belta têm em comum o fato de serem menos populosas, terem clima predominante frio na maior parte do ano (o que acaba sendo um fator que não atrai brasileiros) e oferecem opção de lazer como esporte ou diversão noturna. Outra característica vantajosa é que elas estão entre duas a quatro horas de distância de capitais ou cidades mais famosas.
É preciso saber que escolher destinos com este perfil, no entanto, tem suas desvantagens. “Não são locais fortes para turismo e isso exige uma adaptação maior até pela diferença climática. O aluno pode ‘enjoar’ em algum momento”, afirma Albuquerque.
A recomendação do tempo mínimo de intercâmbio é de seis meses. Porém, segundo o diretor da Belta, um mês já traz um resultado dependendo da dedicação do aluno. “Ao fazer uma imersão, o estudante acelera o aprendizado. Um mês de aulas no exterior equivale a 10 meses no Brasil. É um bom avanço, mas não há milagre.”
Nem sempre os preços de intercâmbios para destinos menos conhecidos saem mais em conta em relação aos roteiros tradicionais. O que ocorre, segundo o diretor da Belta, é que as escolas nessas cidades prezam pelo mix de nacionalidades entre os alunos e podem até oferecer descontos para os brasileiros, em alguns casos.
Veja os destinos sugeridos pela Belta:
1) Adelaide, na Austrália
A cidade possui cerca de 1,5 milhão de habitantes e recebe muitos estudantes estrangeiros, a maioria chineses, coreanos e alemães. Possui clima ensolarado praticamente o ano inteiro, praias de areia branca, mais de 700 restaurantes e bares concentrados principalmente na Victoria Square. Também é uma região conhecida por suas vinícolas.
2) Belfast, na Irlanda do Norte
É um destino que concilia passeios pela natureza com tour em cidades históricas.
A cidade está localizada na costa leste da Irlanda do Norte, um local cheio de colinas. Em Belfast existem mais de 20 km² de parques e reservas naturais, entre 11 parques centrais. Em muitos desses parques estão localizadas as principais atrações como o Belfast Castle, a Malone House e a Palm House, que fica no Jardim Botânico.
3) Christchurch, na Nova Zelândia
Com 380 mil habitantes, é a terceira maior cidade da Nova Zelândia, que passou a ser conhecida como “Cidade Jardim”. Isso porque os moradores realizam competições entre os bairros da cidade para eleger as flores mais bonitas. É repleta de prédios neogóticos, igrejas restauradas, cafés na calçada, bondinhos, boutiques famosas, parques e cursos de golfe. Durante o ano todo acontecem festivais de música, artes, exposições, entre outros.
4) Edimburgo, na Escócia
Parte do Reino Unido, a Escócia é conhecida por ser a terra do uísque e das saias kilt (escocesas). Com 500 mil habitantes, a cidade é a segunda mais populosa do país e recebe o mais importante festival de cultura do mundo: o Festival de Edimburgo. Concentra castelos que são algumas das mais belas paisagens do Reino Unido.
5) Galway, na Irlanda
Situada na costa oeste atlântica, Galway é uma cidade de 70 mil habitantes, que fica a 2 horas de Dublin. É uma espécie de “cidade universitária” que reúne estudantes do mundo todo. Um dos lugares mais agitados de Galway é o “Latin Quarter”. Possui ótimas conexões de transporte público inclusive desde o aeroporto de Dublin.
6) Jeffreys Bay, na África do Sul
Cidade de praia e surfe. Jeffrey’s Bay é palco de uma etapa do circuito mundial do surfe profissional desde os anos 80, o que tem contribuído para a divulgação do local. Tem 27 mil habitantes e fica localizada nas proximidades de Porth Elizabeth, na província de Eastern Cape. Passou a ser chamada de J-Bay por turistas e moradores locais.
7) Liverpool, na Inglaterra
Se tornou uma cidade turística famosa por ter sido o berço dos Beatles. Os estudantes têm a chance de frequentar os lugares em que a banda passou ou até mesmo as casas em que viveram. De Liverpool é possível chegar em Londres em até 2h30 em uma viagem de trem.
8) Seattle, nos Estados Unidos
É um importante centro da indústria aeroespacial e da tecnologia da informação. Em Seatte, os estudantes têm bastante contato com arte e cultura. Entre os pontos turísticos estão o Pacific Science Center e Museu da Aviação, considerado o maior museu aeronáutico privado do mundo, o mercadão Pike Place Market e o Seattle Aquarium. Também é possível participar de festivais de músicas e arte regionais ou assistir jogos de futebol, basquete e beisebol de times americanos.
9) St Julian´s, em Malta
O arquipélago maltês faz parte do continente europeu, e fica entre a Itália, o Egito e a Grécia e, portanto, possui influências culturais, linguísticas e arquitetônicas desses três países. Possui apenas 10 mil habitantes e pode ser considerado um museu a céu aberto, por conta de suas torres medievais, capelas de beira de estrada e as mais antigas estruturas humanas conhecidas no mundo. Possui ilhas de água transparente.
10) Whistler, no Canadá
Cidade de 10 mil habitantes que sediou as Olimpíadas de Inverno e fica a duas horas de Vancouver. Possui uma das mais cobiçadas estações da América do Norte, por conta da temporada de neve. A cidade é charmosa, tem diversos restaurantes, hotéis e bares e atraí dois milhões de turistas por ano. Durante o inverno, o estudante pode fazer cursos combinados com esqui ou snow-board. E nos meses de verão, além das aulas de inglês, passeios de mountain bike, trilhas para observação de animais e prática de golfe.
Fonte: G1