No primeiro semestre de 2014 o comércio eletrônico brasileiro registrou faturamento de R$ 16 bilhões, um crescimento nominal de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o final do ano, a previsão é atingir uma receita de R$ 35 bilhões, um resultado que será 21% superior ao registrado em 2013, alcançando 104 milhões de pedidos. Estes são alguns dos principais dados do 30º relatório WebShoppers, divulgado nesta quarta-feira, 30/07, pela E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico.
O levantamento mostra que nos primeiros seis meses do ano o número de pedidos chegou a 48,17 milhões contra 35,54 milhões nos seis primeiros meses de 2013. Já o tíquete médio ficou em R$ 333,40. Um dos fatores responsáveis por este crescimento nas vendas é, segundo o relatório, a entrada de novos consumidores no varejo online, que, até junho, foi de 5,06 milhões. No total, 25,05 milhões de consumidores fizeram compras pela Web no primeiro semestre. Até o final de 2014, a E-bit prevê que as lojas online brasileiras alcancem 63 milhões de consumidores únicos, que já realizaram pelo menos uma compra pela Internet.
Colocar a casa em ordem
A venda por dispositivos móveis não pára de crescer. Segundo ainda a pesquisa da E-bit, de janeiro a junho, a participação dos dispositivos móveis nas vendas subiu de 3,8% (junho de 2013) para 7% (junho de 2014), um crescimento de 84% no período de um ano. E deverá chegar a 10% até dezembro. Em 2014 foram realizados 2,89 milhões de pedidos, resultando em um faturamento de R$ 1,13 bilhão. No perfil do consumidor que compra pelos smartphones e tablets, 57% são mulheres e, entre elas, a faixa etária que compõe a maioria é de 35 a 44 anos. As classes A e B respondem por 64% dos participantes do M-commerce, segundo o relatório.
Mas é na mobilidade que aparece um grave problema para o comércio eletrônico no Brasil. “As micro, pequenas e até médias empresas não têm sites móveis adequados e amigáveis para compras pelo smartphone. Sabemos que essa adequação tem um custo, mas sem ela, as grandes do mercado, em especial, no Varejo, vão ficar muito à frente. Essa é uma mudança que se requer imediata”, pondera o diretor-executivo da E-Bit, Pedro Guasti, em entrevista ao portal Convergência Digital.
Se o ritmo de crescimento do comércio eletrônico se sustenta nos dois dígitos ao ano, há questões para serem resolvidas e para ontem. Uma delas é ainda a ausência de interação entre as lojas online e as lojas físicas. “Não é possível mais um cliente comprar online e não poder usar a loja física para resolver suas questões. Isso é um atraso. O Varejo se posiciona de forma equivocada ao não unificar essa comunicação”, avalia Guasti.
De acordo ainda com o levantamento, a Copa do Mundo ajudou a elevar o volume de vendas do comércio eletrônico, como aconteceu nas últimas edições do evento. No entanto, apenas 11% dos entrevistados disseram ter sido motivados a comprar algum produto por causa do Mundial. No período que antecedeu a competição, foi verificado um considerável aumento de vendas de aparelhos de TV e produtos correlatos ao evento, como camisas de time e bolas de futebol.
No canal online, os produtos com “apelo” Copa do Mundo que tiveram vendas mais concentradas foram smartphones, GPS com TV, câmera digital, celulares, tablets e jogos/games de futebol. A participação (quantidade de pedidos e volume financeiro) dos aparelhos de TV na categoria Eletrônicos cresceu no comércio eletrônico nos meses que antecederam a Copa. Se em janeiro de 2014 a compra de TVs representava 39% na categoria Eletrônicos, em junho este índice subiu para 48%.
A categoria de Moda e Acessórios manteve a liderança conquistada há um ano nas vendas do comércio eletrônico brasileiro. Com participação de 18% no volume total de pedidos, é seguida por Cosméticos e Perfumaria / Saúde (16%), Eletrodomésticos (11%), Livros/Assinaturas e Revistas (8%) e Telefonia/Celulares (7%) e Informática (7%).
Fonte: Convergência Digital com informações da E-Bit