Razão dá o tom ao consumo de um terço da população, afirma pesquisa do SPC

28 de agosto de 2014

Planejamento do consumo é feito por 31% da população economicamente ativa

confiança_consumidorUm levantamento produzido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal Meu Bolso Feliz procurou identificar e entender o perfil comportamental dos consumidores brasileiros frente às compras, ao planejamento financeiro e à situação de endividamento. Entre os 1245 pessoas de todo o país, o estudo estima que 31% dos consumidores entrevistados planeja antes de gastar, paga as contas em dia e segue os limites do próprio orçamento.

Após uma bateria de perguntas relacionadas a temas como consumo, contas e dívidas, planejamento orçamentário e futuro financeiro, os entrevistados foram classificados em quatro tipos diferentes: imprudentes, racionais, moderados e apáticos.

A maior parte dos consumidores apontados como imprudentes não têm o hábito de planejar e nem de poupar. De acordo com o estudo, eles apresentam comportamento voltado para a cultura do excesso e valorizam produtos de grife. A pesquisa mostra ainda que 51% dos consumidores dessa categoria estão com o nome sujo.

“Esse grupo de pessoas parcelam as compras ao máximo para adquirir novos produtos e deixam de pagar contas para terem mais poder de consumo. Como também tendem a pensar principalmente no curto prazo, não se organizam para pagar as dívidas, não honram os compromissos e acabam ficando inadimplentes”, explica economista do SPC Brasil Marcela Kawauti.

Já os identificados como racionais não são movidos pelo consumismo e buscam sempre a melhor opção entre custo e benefício. Para este tipo de consumidor, o valor simbólico dos produtos está em segundo plano e a funcionalidade e o preço são os quesitos mais importantes. De acordo com o estudo, eles representam a maior parte da população economicamente ativa: 31% ou 44,8 milhões de consumidores.

Ainda segundo a pesquisa, o perfil racional se sobrepõe entre os entrevistados e supera o perfil imprudente na proporção de praticamente dois pra um, mostrando que a maior parte das pessoas tende a evitar atitudes inconsequentes em relação às próprias finanças.

No entanto, a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti, alerta que as características de uns consumidores muitas vezes confundem-se com as de outros, fazendo com que seja possível que muitas pessoas possam apresentar, ao mesmo tempo, comportamentos de dois ou mais perfis. “A maior diferença está na intensidade com que cada grupo vivência suas experiências de consumo. O consumidor pode apresentar um comportamento impulsivo para comprar sapatos, mas um comportamento racional para planejar as férias, por exemplo”, afirma Kawauti.

Fonte: Brasil Econômico