Pesquisa exclusiva mostra que pessoas nessa faixa de renda parcelam mais na compra de móveis, eletrônicos, roupas e material de construção.
Um levantamento exclusivo mostra que os brasileiros que ganham até um salário mínimo são os que mais procuram financiamentos. Muita gente só consegue comprar, se for parcelado. Como um guarda-roupa a prestação, para não estourar o orçamento e diluindo em dez vezes.
Comprar com financiamento é como fazer uma promessa: prometo que vou pagar um pouquinho todo mês durante dez meses, ou 20, depende do caso. Mas e se, lá na frente, faltar dinheiro?
A aposentada Lourdes Mendes vive com um salário mínimo por mês, R$ 724. Na hora de parcelar, ela toma cuidado. “Tem que ver quanto que eu vou pagar, porque a gente ganha pouco, disse.
Segundo a pesquisa, os brasileiros que ganham até um salário mínimo foram os que mais aumentaram a procura por financiamentos na hora da compra. De 2011 para cá, essa foi a única faixa de renda que aumentou a participação no crédito. Todas as outras – as de quem ganham mais – diminuíram.
Os brasileiros que vivem com até um salário mínimo são os que mais estão parcelando a compra de móveis, aparelhos eletrônicos, roupas e material de construção.
Para a Serasa, que fez a pesquisa, quem chega no fim do mês com pouco dinheiro precisa ser cuidadoso para não atrasar as contas. A gente vê que o risco na verdade de credito está muito mais atrelado ao comportamento do consumidor, como ele lida com crédito do que efetivamente a classe salarial dele. Para quem ganha menos, sem dúvida sobra menos também, mas requer um orçamento melhor planejado doméstico, disse superintendente daSerasa, Vander Nagata.
A empresa que fez a pesquisa diz que 40% dos consumidores que ganham até um salário mínimo não sabem calcular juros simples. E um levantamento divulgado nesta semana pelo Serviço de Proteção ao Crédito mostra que a inadimplência aumentou cerca de 5% no mês passado. De acordo com o SPC, 55 milhões de brasileiros não conseguem pagar as contas em dia. Os principais atrasos são nas contas básicas, como luz e água.
Fonte: G1 – Globo