A vendas do comércio varejista brasileiro subiram 3,6 por cento no terceiro trimestre sobre igual período do ano passado, já descontada a inflação, segundo índice apurado pela empresa de meios de pagamento eletrônico Cielo, divulgado na última quarta-feira.
O avanço representa ligeira aceleração ante o crescimento de 2,9 por cento do índice deflacionado no segundo trimestre, embora tenha ficado significativamente abaixo da alta de 6,1 por cento mostrada no terceiro trimestre de 2013.
Segundo o gerente de inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, o pequeno aumento na comparação sequencial deve-se sobretudo à menor pressão de preços em setores de serviços, como companhias aéreas e hotéis, ante o segundo trimestre, período marcado pela Copa do Mundo.
“Mas de forma geral, o patamar de crescimento trimestral não mudou. Ele ficou na casa dos 3 por cento no (índice) deflacionado, bem abaixo da tendência mostrada no ano passado”, disse Mariotto.
O índice da companhia é calculado a partir da base de 1,4 milhão de pontos de venda ativos credenciados à Cielo em todo o Brasil.
Em conferência com jornalistas, Mariotto citou uma desaceleração das vendas em hipermercados e supermercados no período de julho a setembro, com inflação e juros mais altos pressionando o bolso do consumidor.
Na semana passada, o Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, divulgou avanço anual de 6,2 por cento nas vendas líquidas da sua divisão alimentar no terceiro trimestre, em desempenho inteiramente puxado pelo Assaí, bandeira de atacarejo do grupo.
Enquanto o faturamento líquido do Assaí cresceu 31,2 por cento no período, a 2,1 bilhões de reais, a divisão de multivarejo, que engloba as bandeiras Extra e Pão de Açúcar, mostrou leve recuo de 0,3 por cento na mesma linha, a 6,2 bilhões de reais.
DESEMPENHO NO MÊS
Em setembro, somente, a receita de vendas deflacionada do varejo subiu 3,4 por cento ante igual mês do ano passado, segundo o índice ICVA da Cielo, depois de um crescimento de 3,7 por cento em agosto e de 3,5 por cento em julho.
Do lado positivo, a Cielo apontou a aceleração das vendas nos setores de materiais de construção e lojas de departamento, além do crescimento em drogarias e farmácias. Na ponta negativa, o destaque no mês ficou com os setores de alimentação (bares e restaurantes) e supermercados e hipermercados.
Nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou alta de 1,1 por cento nas vendas do varejo brasileiro em agosto sobre julho, maior avanço em um ano e acima do esperado, em meio ao cenário de fraqueza da atividade econômica. Na comparação com agosto de 2013, no entanto, as vendas varejistas recuaram 1,1 por cento.
Fonte: O Globo Online