Incentive o seu cliente a tocar nos itens, pois ele tem poderes nunca antes imaginados
Tens uma loja? Então Aqui vai um toque para ti que é uma mão na roda: Incentive o seu cliente a tocar nos itens, pois ela tem poderes nunca antes imaginados.
Já sabíamos que o toque é fundamental para a experiência de mundo das pessoas. É através deste sentido que está no maior órgão do corpo, a pela, que nos orientamos tanto em relação aos objetos como também nas relações sociais. Epa! Espera aí! A venda é uma relação social!! Ou não?! Claro que sim. Dara as mãos para o cliente que acaba de entrar na loja é definitivamente um sinal que você não é perigo para ele, que as áreas mais primitivas de eu cérebro não vão ativar-se na reação automática de luta ou fuga. Aqui a pressão exercida pelo toque é muito importante. Para significar que você não é um perigo, mas um amigo o toque tem que ser bem de leve. Essa história de apertar as mãos com força, este ato só provoca medo no outro. É uma demonstração de força, de poder e não de confiança como se pensava.
E isso vem de longe, muito longe. Mesmo antes de nascer provou-se que o toque é fundamental para o desenvolvimento fetal e que estamos pré-programados para entender o que nos cerca através do toque. Portanto não é nada social, mas sim biológico. Estes sinais, que estão todos mapeados no córtex sensorial do cérebro, mais especificamente na área parietal, são registrados e nos ajudam a decifrar as intenções dos outros assim como os objetos que nos agradam e os que não, envolvendo também as áreas emocionais do cérebro.
Já sabíamos também que os hormônios de uma mulher afetam não só seu comportamento, mas por causa do tato, o gosto por tecidos e texturas. Isto é, mulheres com tendências hormonais diferentes preferem tecidos diversos. Isso mesmo que você leu! Aquelas guiadas por estrogênios preferem tecidos de origem animal como a lã, a pele, o couro e a seda também e as guiadas pela testosterona vão tender mais para fibras de origem vegetal como o algodão e o linho. A mesma pesquisa descobriu que os homens tendem a ser mais sensíveis a tecidos sintéticos como o naylon e o tactel, do que as mulheres. Percebe-se então que o gênero e a variação dos níveis hormonais afetam nossa percepção através do tato e por ai podemos entender as preferências. E conforme as pessoas vão envelhecendo também mudam seus níveis hormonais e gostos por tecidos.
Mas não, bastasse todas essas informações, acaba de chegar uma fresquinha, de ultima mão, dada pela Nature Neuroscience de um estudo realizado pela Universidade Umea, da Suécia.. Os neurônios na pele humana realizam cálculos avançados que se acreditava ser apenas uma função cerebral.
O trabalho dos pesquisadores Suecos mostrou que dois tipos de neurônios táteis de primeira ordem que abastecem a pele humana não só sinalizam informações para o cérebro como também fazem seus próprios cálculos sobre com que intensidade o objeto é tocado e também sobre as formas do objeto. Isto é, a pele tem sua inteligência específica. Isso significa que os neurônios que examinam um objeto executam os mesmos tipos de cálculo feito pelos neurônios do córtex cerebral. Portanto nossas experiências sensíveis ao toque já são processadas pelos neurônios na pele, antes de chegar ao cérebro, que fará em seguida um processamento adicional.
E você ainda acredita que o consumidor possa escolher algo de maneira inconsciente! Existem processos e mais processos automáticos que nos fazem agir, a nos comportar e você precisa ficar atento a isso deixando o consumidor mexer nos produtos e ensinar o vendedor a tocá-lo, de maneira discreta que passe confiança.
Olha só! O showrooming é feito pelo tato, que dizer, as pessoas usam o smartphone para buscar preços mais baratos enquanto estão nas lojas pesquisando. Eles colocam o dedo na ferida, o preço. E estas mesmas lojas, infelizmente não percebem seu potencial de usar os sentidos a seu favor se forem inteligentes, aproveitarão o tato do consumidor para ganhar do tal “dedo na tela para ver preço”, porque só elas pode causar experiências imediatas através das mãos do consumidor.
Use os sentidos do consumidor e não fique abaixando preço.
Esse é o meu toque para você. A solução está em suas mãos. Use o tato do consumidor ou perca para o fator “preço”.
Fonte: onegociodovarejo.com.br – Por Pedro Camargo