Os juros do cheque especial, uma das linhas de crédito mais caras para o consumidor, dispararam em setembro. Dados do Banco Central divulgados ontem mostram alta de 10,5 pontos porcentuais. A taxa anual cobrada pelos bancos saltou de 172,8% em agosto para 183,3%. E a maior desde 1999, quando alcançou 193,65% ao ano.
Essa foi a 14A elevação consecutiva da taxa do cheque especial, o que deixa os endividados com o orçamento ainda mais apertado. Mas a dívida total dos brasileiros nessa linha de crédito, apesar do custo elevado, não para de crescer. Até setembro, estava em R$ 23,425 bilhões, 24% acima do registrado em agosto. No acumulado do ano, essa conta aumentou 15,9%.
Conhecido no mercado financeiro como “jabuticaba”, por existir apenas no Brasil, o cheque especial tende a ser uma linha mais cara porque está sempre à disposição do correntista. Os juros mais elevados no cheque especial vão na contramão das outras modalidades.
A taxa média de juros no crédito livre caiu de 32,2% para 31,9% ao ano entre agosto e setembro. É a menor desde abril. Com os juros cada vez mais altos, a inadimplência também cresceu. Em setembro, chegou a 10,3% maior taxa desde março de 2011, início da série histórica do BC. A alta do calote do cheque especial só perdeu para o rotativo do cartão de crédito, que chegou a 364% das operações.
Fonte: O Estado de S. Paulo