Compras pela internet já respondem a 20% queixas dos consumidores

19 de novembro de 2014

Segundo Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, principais reclamações são: atraso e extravio na entrega e defeito no produto

As compras pela internet já respondem a uma em cada cinco queixas dos consumidores. E, com o Natal chegando, a preocupação aumenta. As reclamações nos sites de defesa do consumidor vêm crescendo em ritmo maior do que o das vendas.

As compras pela internet são um hábito antigo do economista Fernando Barros. Ele vê muitas vantagens nas lojas virtuais. “Hoje em dia você pode comparar com um monte de lojas. Sem sair de casa, no ar condicionado. Bem mais prático”, afirma.

Mas já teve dissabores quando tentou comprar um tablet em um site. “Paguei, trouxe para casa feliz da vida. Cheguei na mesa e abri e tinha uma pedra que dá mais ou menos o peso de um tablete e alguns elásticos de cabelo de brinde”, conta o economista.

Problemas como o enfrentado pelo Fernando são cada dia mais comuns entre as pessoas que escolhem comprar pela internet. Um levantamento do maior site de relacionamentos entre empresas e consumidores revelou que as lojas virtuais são campeãs de irregularidades, e as reclamações são bem variadas.

“Eu comprei um produto e ele me entregaram um produto e cobraram dois. Mandei email, me responderam, mas até agora, o retorno nada. O dinheiro mesmo que é bom nada”, diz uma mulher.

De janeiro a novembro de 2013, as vendas em lojas virtuais e leilões eletrônicos geraram mais de um milhão de reclamações no site de relacionamentos. No mesmo período deste ano, o número mais do que dobrou, e chegou a 21% do total de queixas no site.

Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, as principais reclamações são: atraso e extravio na entrega e defeito no produto.

O setor deve movimentar R$ 39,5 bilhões em 2014 no Brasil, um crescimento de 27% no faturamento anual. O país já tem mais de 45 mil lojas virtuais.

Os órgãos de defesa do consumidor alertam que é preciso conhecer bem a legislação para buscar os direitos. De acordo com a resolução federal de março de 2013, os sites de vendas são obrigados a ter um escritório e inscrição na Receita Federal. E também precisam estipular o prazo de entrega e oferecer central de atendimento ao consumidor.

Bem perto do Natal, quando as compras aumentam, é bom tomar alguns cuidados na hora de escolher a loja virtual. “Seja um site consolidado, vai acabar caindo nos sites dos grandes estabelecimentos comerciais. Com facilidade em se localizar os responsáveis e até terem efetivamente como prestar a garantia do que foi adquirido pelo consumidor”, recomenda Bruno Leite de Almeida, conselheiro do Procon do Rio.

Fernando orienta o consumidor a usar uma outra arma que tem dado certo quando a negociação não sai como ele queria: os sites de reclamação. “Você botando a boca no trombone como é o que a gente literalmente faz você resolve o problema”, aconselha Fernando Barros.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico disse que as lojas virtuais estão investindo em sistemas para reduzir o prazo de entrega e também em fotos e descrições mais detalhadas dos produtos para que os consumidores saibam exatamente o que estão comprando.

Fonte: G1/Bom Dia Brasil