Uma pesquisa divulgada em junho de 2014 pelo SPC Brasil mostrou o poder e a popularização do cartão de crédito no Brasil
Os dados revelaram que 83% dos brasileiros preferem usar os cartões de crédito na hora de parcelar uma compra. Outro ponto interessante da pesquisa foi saber que uma parte desses entrevistados sequer possui cartão de crédito, mas costuma pedir emprestado a amigo ou parente.
Outro dado da pesquisa que chamou a atenção foi que 57% dos entrevistados admitiram ter o hábito de pagar a parcela mínima da fatura de seus cartões. Os juros do rotativo do cartão de crédito (provenientes da fração da dívida que não foi paga e postergada para pagamento futuro) são os mais altos do Brasil! De acordo com um levantamento da Anefac (associação de executivos de finanças), a taxa média é de 232,12% ao ano.
Mas aí vem a pergunta: é mais vantajoso comprar à vista ou parcelar no cartão? Apesar de ser algo do imaginário coletivo do consumidor, nem sempre pagar à vista é a melhor saída do ponto de vista das finanças pessoais.
A compra à vista tem excelentes fatores que devem ser observados, sendo eles o desconto (o consumidor consegue pagar menos pelo mesmo produto) e a facilidade de controle orçamentário das finanças (os impactos já aparecem imediatamente no saldo bancário).
Mas um desconto muito pequeno para o pagamento à vista pode tornar essa forma de pagamento pouco atrativa. Se for para pagar um valor muito próximo do valor normal no pagamento à vista, o parcelamento pode ser a melhor alternativa.
O importante, caso você tenha real disponibilidade para pagar sua compra à vista, é tentar fazer uma forte negociação. O mercado, em geral, recebe bem propostas de descontos para pagamentos à vista. Veja sempre qual a diferença do pagamento à vista e o total projetado para pagamento parcelado.
Se o desconto conseguido no pagamento à vista não ultrapassar o rendimento da poupança (investimento menos arriscado, que hoje rende em média 0,6% ao mês), vai valer mais a pena você comprar parcelado no cartão, com a condição de que haja o pagamento integral das parcelas mensais da fatura e nunca o pagamento do mínimo.
Vamos dar um exemplo. Imagine um televisor que vale R$ 3.000 à vista (sem desconto) ou que possa ser adquirido em dez vezes de R$ 300 (sem juros), considerando a poupança com rendimento de 0,6% ao mês. Neste caso, o rendimento da poupança faz valer a pena a compra parcelada.
Agora pense no mesmo televisor com 10% de desconto à vista (R$ 2.700) ou com as mesmas dez parcelas de R$ 300 (R$ 3.000 como valor total). Neste caso, sem dúvida nenhuma, a melhor opção é o pagamento à vista, pois o desconto de 10% é muito maior que a rentabilidade que você teria, caso tivesse investido o dinheiro na poupança pelo mesmo período.
Fonte: Folha.com