Novas soluções de pagamentos prometem acelerar as vendas

26 de janeiro de 2015

Reféns de cartões, os lojistas fazem uso frequente das máquinas

Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press.
Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press.

Lojistas de todos os tamanhos têm sido cada vez mais assediados por novas soluções e plataformas de pagamentos – sempre voltadas aos serviços por meio de cartões de débito e crédito. Em 2014, o total de transações foi 13% maior do que no ano anterior. Em reais, o crescimento do valor foi significativamente maior – 17,2% – comprovando a demanda e a praticidade dos pagamentos por plásticos.

Os consumidores, cada vez mais ávidos por agilidade no ato da compra, seja ela feita em lojas físicas ou virtuais, obrigam o comerciante a aceitar o maior número de cartões. O contrário disso é quase um atestado de falência, atualmente. Sabe-se, contudo, que valores e taxas das transações realizadas – desde o momento da compra, até o repasse – dependem principalmente dos volumes de vendas gerados no estabelecimento.

Ao criar uma loja virtual de moda íntima masculina, com centenas de modelos de cuecas, meias e sungas de marcas como Tommy Hilfiger, Calvin Klein, Cavalera, Mash e Lupo, o CEO da Cueca Store, Leandro Cosas, comenta que os bancos, que são os emissores e alugam as máquinas de cartões, assim como as operadoras (Visa, Mastercard, Ello, Amex, Dinners, entre outras), costumam praticar custos nem sempre favoráveis aos pequenos e médios empresários. Segundo ele, por isso vale acompanhar as novas soluções que surgirem no mercado.

Taxas maiores

Com 75% das vendas realizadas por meio de cartões de crédito, ele acredita que os e-commerces costumam ser obrigados a pagar taxas maiores pelas transações financeiras. “Não sei se é por receio dos pagamentos não serem efetivados, já que as compras são on-line, mas isso atrapalha quem atua no segmento, pois reduz as margens de lucro. Mesmo assim não há como trabalhar sem vendas com cartões”.

No ano passado, a média era de 250 pedidos mensais no site, e a Cueca Store projetava alcançar R$ 400 mil de faturamento. Nestes últimos dois meses, após investir em mais tecnologia e segurança na rede, contudo, a loja virtual teve acréscimo e passou a ter entre 300 e 350 pedidos. “Este ano esperamos dobrar. A entrega é exclusiva dos Correios. Temos um contrato que indica a quantidade mínima de envio, ao usar o e-Sedex”.

Precisão no caixa

As operadoras de cartões de crédito demoram até 30 dias para repassar os valores aos lojistas, geralmente. Surgem, então, oportunidades para as empresas de tecnologia, atentas a novos nichos, com soluções para o lojista ter maior controle das transações e uma análise mais precisa a respeito de como ficará o caixa no final do mês.

A Cappta, especializada na captura de pagamentos eletrônicos, surgiu para atender a demanda, diz o sócio fundador da empresa, Rodrigo Rasera. Especializada na captura de pagamentos eletrônicos, a Cappta pretende faturar R$ 30 milhões este ano e já está em mais de 13 mil estabelecimentos. A empresa estima ter movimentado cerca de R$ 4 bilhões em 2014, entre os negócios dos clientes.

O serviço envolve uma solução completa de transferência eletrônica de fundos dedicado e hospedado, para que os clientes corporativos de todos os portes possam aceitar cartões de crédito, débito e benefícios.

Rasera esclarece que ao se fazer uma venda via máquina de cartões, normalmente não é possível saber se a transação foi de fato registrada na rede adquirente. É preciso esperar o processo de compensação para obter o resultado da venda. “A nossa proposta é agilizar essas informações, que passam a ser acessadas e acompanhas de maneira remota, ou seja, on-line. O varejista tem a chance de saber se houve falsificação.”

Com três data centers, sendo dois no Brasil e um nos Estados Unidos, a Cappta desenvolveu uma tecnologia para varejistas aceitarem todos os cartões e terem maior controle das vendas. “A tecnologia de transações bancárias é cara e revolucionamos isso. Antes, era preciso ter software, máquina, conexão segura e quem instalasse o servidor para a solução funcionar. Descomplicamos tudo, ao tornar o processo acessível ao varejo de pequeno e médio porte, barateando investimentos com link dedicado, máquina e com a plataforma que proporciona a solução completa”, garantiu.

O sistema Pagar.me – que recebeu aporte da venture capital Grid Investments -, ao oferecer infraestrutura de pagamento completa promete aumentar as taxas de conversão de vendas em até 25%, por meio de retentativas inteligentes. Empresas como a Endeavor Brasil, Catarse, Ingresse.com, Geração de Valor e Clima Tempo já adotaram a ferramenta, que até o final deste ano deve transacionar mais de R$ 500 milhões pela solução, entre os 200 clientes corporativos, como ressalta o fundador, Henrique Dubugras.

A operação, voltada aos empreendedores virtuais, conta com um processo que tenta realizar a transação em mais de uma operadora de cartão, quando alguma está fora do ar. Há o sistema antifraude e um check-out de pagamento dentro do próprio ambiente, sem a necessidade de encaminhar o cliente para outro portal.

Dubugras descreve que depois de o cliente digitar os dados para realizar a compra no site da empresa, quem autoriza a transação é o banco, após analisar se a compra está dentro do limite de gastos e do perfil do usuário. “Se há uma mudança de hábito pode haver o bloqueio da transação. A nossa solução digital ajuda a evitar isso”. No ano passado, o Pagar.me venceu na categoria startup do ano no Spark Awards, premiação organizada pela Microsoft.

Fonte: DCI Online