O Banco do Nordeste (BNB) pretende destinar R$ 6,5 bilhões em 2015 para micro, pequenas e médias empresas. Quem garante é o presidente da instituição, Nelson Antônio de Souza. “Os focos serão para investimento e capital de giro”, disse na Maratona Valor PME 2015 Nordeste-Líderes Inspiradores. O banco espera um crescimento de 12% nas aplicações do setor, em 2015, em comparação ao ano anterior.
Segundo Souza, a quantidade de carteiras de atendimento entre as PMEs aumentou 28% no ano passado, em comparação a 2013. O impulso ocorreu graças a uma maior capacitação dos gerentes de negócios do banco e o fortalecimento de parcerias com instituições como o Sebrae, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs). “Pretendemos, cada vez mais, ser reconhecidos como ‘o banco da micro e pequena empresa do Nordeste’, intensificando o ritmo de aplicação do crédito”, diz. O banco pretende finalizar 2015 com uma rede de 338 agências.
Sobre o cenário econômico de 2015, Souza afirma que o empresário deve vislumbrar oportunidades de negócios em momentos desafiadores. “O que é encarado como um momento adverso para um empreendedor pode ser uma oportunidade para outro”, diz. “Experiências em outros momentos de retração econômica demonstram que as micro e pequenas empresas conseguem sobreviver melhor às oscilações.”
No ano passado, o BNB lançou máquinas portáteis para cartões de crédito e débito, para serem usadas em vendas e na gestão financeira de pequenos negócios e empreendedores individuais. O modelo mais compacto custa R$ 368, é financiado pelo banco e pode ser pago em mensalidades a partir de R$ 10.
Outro produto do banco à disposição dos empreendedores menores é o Crediamigo, programa de microcrédito urbano, com 1,8 milhão de clientes – 45% do total são beneficiários do programa federal Bolsa Família. Em 2014, a iniciativa desembolsou R$ 7,1 bilhões. “Essa linha atende desde o pequeno e nanoempresário, sacoleiras e donos de mercadinhos.”
Para o consultor Hamilton Marcondes, um dos fundadores da ABF e diretor-presidente da HM Varejo e Franchising, sediada em Recife, as franquias continuam como uma das mais importantes entradas para o empreendedorismo no Brasil. “A franquia é um sistema de negócio que já foi testado e aprovado há muito tempo. Hoje, é suicídio montar um negócio sem apoio ou experiência em gestão”, diz.
Segundo a ABF, o Nordeste tem 14% do volume de unidades de franquias, que chegam a 125,6 mil pontos no país, criadas por 2,9 mil redes franqueadoras associadas. “Isso mostra o quanto ainda temos para crescer”, diz Marcondes. “A região é vista pelas marcas do Sul e Sudeste como a mais promissora para a expansão no país.”
As áreas de franqueamento mais procuradas no Nordeste são alimentação e cuidados com o corpo, segundo Marcondes. Este ano, a HM Varejo e Franchising pretende investir em exposições itinerantes, em parceria com clientes, para apresentar marcas de franquias em cidades da região, inclusive no interior.
Fonte: Valor Econômico