Maior rigor no crédito deverá retrair o comércio

15 de maio de 2015

emprestimo_dinheiroComo reflexo dos altos índices de inadimplência, as empresas deverão aumentar o rigor na concessão do crédito e isso irá impactar negativamente nas vendas do comércio, no decorrer dos próximos meses deste ano. Segmentos comerciais de móveis, eletrodomésticos e automóveis devem sofrer as maiores baixas por dependerem, principalmente, das vendas a prazo.

A previsão é do presidente do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Roque Pellizzaro Júnior, que esteve presente na abertura do I Seminário Regional de SPC’s do Nordeste. O evento ocorre na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, com a proposta de aprimorar conhecimentos e técnicas dos produtos do SPC por meio de palestras.

Inadimplência

Segundo levantamento do SPC Brasil e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), quatro em cada dez brasileiros estão com dívidas em atraso. O indicador de dívidas em atraso apresentou, em abril, um aumento de 2,83%, em relação a março, maior crescimento para o mês desde o começo da série histórica, em 2010. Entre os dois meses, cerca de 600 mil consumidores foram incluídos entre os devedores negativos.

“Em geral, o brasileiro fica inadimplente não porque ele seja um mau pagador, mas porque projeta mal o seu orçamento e qualquer desarranjo orçamentário provocado por uma doença na família, um sinistro qualquer em um veículo, na própria casa, a perda de um emprego, pode impactar bastante. Isso tem de estar previsto na hora de ele contratar novos créditos”, recomenda o representante do SPC.

Mesmo com previsão de impacto negativo sobre as vendas devido ao atual quadro de inadimplência, Pellizzaro destaca que há segmentos que devem sofrer menos. “O setor de vestuário e calçados é afetado de uma maneira bem menor. E o setor de alimentação não é tão afetado nas vendas pelo crédito. É afetado, sim, pela questão inflacionária”, ressalta Pellizzaro.

Regiões

Segundo ele, dentre as regiões brasileiras, o Nordeste possui a situação “menos ruim”, onde a expansão de renda ainda está crescente e a demanda por alguns serviços e produtos ainda é bastante evidente. Ele ressalta que a inadimplência possui tendência de alta nos próximos meses. Apenas a partir de fevereiro e março do ano que vem o índice deve atingir estabilidade, antecedendo um possível declínio.

Fonte:  Diário do Nordeste