Quem liga diz que é funcionário do serviço antifraude do banco. E pede que as vítimas sigam alguns passos para cancelar supostas compras
O Brasil é um dos países que mais investem em segurança bancária para evitar fraudes. No ano passado, foram mais de R$ 21 bilhões. O problema é que os golpistas também “investem” cada vez mais para enganar a população. Conheça o golpe mais novo deles:
Quem liga para as vítimas diz que é funcionário do serviço antifraude do banco. A gerente de Recursos Humanos que tem medo de ser identificada, conta que tinha motivos para acreditar que fosse verdade.
Informações sobre a vítima
“A pessoa que me chamou falava muito bem, tinha uma gravação do sistema eletrônico do banco familiar ao que eu utilizo cotidianamente, em momento algum eu percebi”, conta a gerente.
O golpista já tinha informações sobre a vítima.
“Primeiro ele falou meu nome completo, aí confirmou meu CPF e pediu pra eu confirmar a data de nascimento. Digitei o CPF e a senha”, lembra a vítima.
Motoboy leva o cartão de crédito
Era para cancelar supostas compras feitas com o cartão de crédito dela. Para isso ela tinha que seguir mais alguns passos: escrever uma carta do próprio punho ditada pelo bandido e dizer: “Nego qualquer tipo de compra fraudulenta”. Depois, a gerente ainda devia cortar o cartão ao meio e devolver ao banco.
Um motoboy foi encarregado de retirar. As câmeras do prédio registraram a chegada da moto com o rapaz que foi buscar o cartão. O motoboy, que não era do banco, levou a outra parte importante da vida financeira da vítima: o chip do cartão, que ficou intacto. Nele estavam as informações pessoais, as autorizações de saque e de compras. De um dia para o outro, a mulher passou a ter uma dívida que não poderia pagar.
30% das compras pagas com cartões
No total gastaram quase R$ 29 mil. Uma liminar evitou que o nome dela fosse parar no serviço de proteção ao crédito.
“Ela estaria com uma restrição cadastral, poderia estar sofrendo cobrança, ação de execução, cobrança de talão.”, explica Alexandre Berthe, advogado da vítima.
De todas as compras feitas pelas famílias brasileiras, 30% são pagas com cartões. Por isso, quem usa tem que tomar cuidado.
Cuidados
A Federação Brasileira de Bancos explica que os setores de fraudes podem ligar para confirmar uma transação. Se o cliente notar algo estranho, deve desligar e entrar em contato com a central de atendimento usando os telefones indicados no site do banco.
No caso de cancelamento ou bloqueio de cartão, o banco não pede a digitação de qualquer senha. O banco também nunca solicita a devolução de cartões, mesmo inutilizados. E para não deixar dúvidas, o cliente deve destruir o chip.
Fonte: G1 – Jornal nacional