SPC Brasil alerta para os riscos da aquisição de produtos piratas; pesquisa mostrou que mais de 45 milhões de brasileiros já compraram falsificados
Quase metade dos consumidores brasileiros relataram terem sido enganados ao adquirirem produtos falsos acreditando serem originais. A situação foi constatada em pesquisa conduzida pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgada nesta terça-feira, 19. A entidade pede atenção para as características do produto e o local em que é comercializado.
Segundo a pesquisa, 48% dos entrevistados já foram enganados no momento da compra. Entre réplicas e falsificados, muitas vezes é difícil diferenciar os produtos do original. Isso facilita a enganação por parte dos vendedores, explicou em nota Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. O ambiente da compra pode ser um importante fator para o consumidor se atentar. Independentemente se for em uma loja de rua, shopping popular ou supermercados, é válido reparar na qualidade do produto e informações da marca que visam diferenciar o verdadeiro do falso.
A pesquisa foi realizada entre os dias 23 de fevereiro e 3 de março, tendo ouvido 945 pessoas nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro apontada é de 3,2 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.
Para a entidade, a escolha entre um produto original ou falsificado está ancorada, basicamente, em seu custo: a pesquisa estimou que mais de 45 milhões de consumidores já adquiriram itens não originais, ao menos uma vez, o que corresponde a 69% dos entrevistados, sendo que o preço mais baixo é a principal justificativa para a compra (59%).
Entre as marcas mais procuradas estão Nike (33%), Adidas (30%), Lacoste (29%), Ray-ban (21%), Louis Vuitton (20%) e Samsung (20%). Já os itens mais comprados são roupas (39%), acessórios (24%), calçados (22%), eletrônicos (17%) e perfumes (14%), sendo que a pesquisa sugeriu que os produtos falsificados costumam ter maior apelo entre os respondentes mais jovens, da Classe C e com baixa escolaridade.
Pirataria. Segundo o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, além da discussão sobre qualidade ou constrangimento do consumidor, a compra e venda de produtos não originais envolve problemas e discussões muito maiores. O comércio de itens falsificados definitivamente representa um prejuízo para a economia do país e graves riscos para a saúde e o meio ambiente, uma vez que os produtos não passam pelas restrições do controle de qualidade impostas ao mercado legal da indústria, afirmou em informativo do SPC.
O presidente afirmou que frequentemente a fabricação de falsificados está inserida em um contexto de exploração da mão de obra, com baixíssimas remunerações e péssimas condições de trabalho. Esse mercado pode servir para financiar uma série de outras atividades criminosas, alertou Pellizzaro.
Fonte: Blog Seus Direitos – Estadão.com