Demanda por crédito cai entre MPEs

19 de junho de 2015

49% dos micro e pequenos empresários indicam a burocracia como principal impedimento, diz CNDL

Imagem Divulgação
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A demanda por crédito pelos próximos três meses dos micro e pequenos empresários chegou a 16,36 pontos em maio. Sendo 100 pontos a maior probabilidade de buscar por recursos, e zero significa que não estão propensos a tomar empréstimos para seus negócios.

O indicador foi divulgado hoje (17) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

De acordo com o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o baixo apetite ao crédito é justificado pelo momento difícil da economia brasileira e também pela falta de conhecimento, de grande parte dos empreendedores, da existência de linhas de financiamento adequadas aos perfis de seus negócios. “Some-se a isso, a falta de profissionalização dentro das empresas. Como muitos dos micro e pequenos empresários misturam a gestão do caixa do negócio com as contas pessoais, é comum que eles acabem utilizando os próprios recursos financeiros como alternativa aos empréstimos e financiamentos”, explica Honório.

A pesquisa revelou que 32,9% dos empresários consideram que está “difícil” ou “muito difícil” conseguir crédito atualmente no Brasil. Entre os empresários pessimistas, 49% indica a burocracia como principal impedimento e outros 30,4% apontam as altas taxas de juros praticadas no mercado.

Considerando os micro e pequenos empresários que demonstraram intenção de contrair crédito nos próximos três meses, 36,7% responderam que o farão para formar capital de giro. Outras finalidades citadas são o pagamento de dívidas por 26,7%, reformar a empresa por 22,3% e para compra de máquinas e equipamentos por 21,1% dos respondentes.

O levantamento mostrou também que a intenção desses empreendedores em investir em seus negócios nos próximos meses é baixa. Na escala de zero a 100 (sendo 100 pontos a maior propensão ao investimento), o indicador de maio, calculado pelo SPC Brasil, atingiu apenas 32,06 pontos.

Mesmo baixo, o indicador de investimento foi praticamente o dobro do de procura por crédito. “Com a demanda retraída do consumidor e a atividade econômica estagnada como um todo, o empresariado brasileiro tem se mostrado reticente para aumentar investimentos”, analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Entre os empresários que pretender investir, 63,3% citam os recursos financeiros pessoais como fonte de investimento. E, 24,9% mencionaram empréstimos com bancos e financeiras como recursos para investir.

Segundo os pesquisados, os principais motivos para investimentos são a reforma e aplicação da empresa (46,0%), compra de equipamentos, como maquinário e computadores (32,9%), ampliação do estoque dos produtos (12,2%) e investimento em propaganda e comunicação (9,7%).

Fonte: No Varejo