Aprenda a distinguir entre gastos primordiais e supérfluos com o seu pet
Fofos, carinhosos, companheiros. São muitas as qualidades atribuídas ao dito melhor amigo do homem: o cão. Como ele nos oferece tanta atenção, a vontade de retribuir é gigantesca. Com isso, diante das ofertas cada vez maiores de produtos para animaizinhos nos pet shops e sites especializados fica difícil resistir à tentação de mimar nosso filho de pêlos. De acordo com uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil, os itens para pet ocuparam, em 2014, o 14o. lugar no ranking dos produtos mais citados por moradores de 27 capitais brasileiras que realizaram compras para seus peludos pela internet.
Porém, ainda segundo o estudo, 45 por cento fizeram compras por motivos variados, como por se tratar de uma boa oferta, por considerar o produto imperdível ou até mesmo por impulso. Nessa última categoria se enquadra Marise Lins, dona de uma buldogue francês, a Tina. “Tem cada coisa tão fofa para ela que dificilmente eu resisto. Esses dias, comprei uma blusa para mim e uma versão idêntica para ela. A peça dela custou R$ 99”, diz encantada. Se o produto era mesmo essencial para a cadelinha? “Sei que ela poderia viver muito bem sem isso, mas não me contive”, se defende Marise.
Assim como ela, muita gente, na tentativa de fazer a felicidade do filho canino, confunde necessidade com luxo e investe dinheiro no supérfluo. “Os gastos básicos giram em torno da alimentação, saúde, banhos, abrigo, roupinhas, identificação e potinhos para água e comida”, determina a médica veterinária Christiane Diezel. Abaixo, Christiane apresenta uma lista de produtos e serviços com os quais você não deve economizar para manter a saúde do seu cachorro em dia e quais as maneiras de não gastar sem necessidade com seu peludo.
Casinha: necessidade
“A casinha tem papel de proteção para o animal. Ou seja, deve garantir um abrigo em caso de chuva ou sol. As versões de plástico, geralmente mais caras, têm maior durabilidade e é mais fácil de limpar. Já as de madeira, embora sejam mais baratas, possuem frestas que podem ser facilmente infestadas por pulgas, carrapatos e outros parasitas. Consequentemente, o barato pode sair mais caro. Para manter o animal aquecido, é interessante colocar um papelão, paninho ou cobertor, pois, sim, eles sentem frio!”, garante a veterinária. Está sem dinheiro para investir em uma casinha? Na internet existem sugestões de como fazer um lar bacana para o pet com bacias.
Tosa no petshop: necessidade
“A tosa deve ser sempre feita por um profissional habilitado, já que existe um grande risco de ferimentos, como cortes. Se isso acontecer, a economia sairá pela culatra! Assim, a tosa nos animais de pelos longos é uma necessidade e não algo supérfluo. Em caso de necessidade de gastar menos, o dono do pet pode optar por uma tosa geral, em que o pelo ficará bem curto. Assim, o proprietário poderá dar banho no cão em casa até o pelo crescer e necessitar de outra tosa”, diz Christiane.
Remédio para parasitas: necessidade
“Os parasitas, infelizmente, não são evitados com a escovação. Para evitar pulgas, carrapatos, piolhos e etc. é preciso investir em produtos específicos para essa finalidade. No mercado existem versões em spray, que são aplicados diretamente na pele do animal. Também existem também antiparasitários orais. Pesquise para saber quais deles cabem no seu bolso”, alerta Christiane.
Vacinas: necessidade
“No mercado existem várias vacinas para cães. A de raiva é a única oferecida gratuitamente pelo governo, pois trata-se de uma zoonose (doença que pode ser transmitida do animal para o humano e vice-versa). Logo, é vista como um investimento em saúde pública e, sem dúvida, extremamente necessária! Já as outras vacinas, não são custeadas pelo governo e devem ser de responsabilidade de quem compra ou adota um cão”, diz Christiane. Assim, separe um orçamento para este fim, em especial nos primeiros meses do animal.
Produtos específicos: necessidade
“Sempre devemos utilizar produtos específicos para animais. Xampus e condicionadores para humanos foram feitos pensando nas nossas necessidades de pH da pele, oleosidade e etc. Já os produtos para pets foram desenvolvidos especificamente para as necessidades deles. A pasta de dente, então, nem se fala! O creme dental para humanos, em geral, possui flúor, inclusive as infantis. Essa substância pode intoxicar cães e gatos mesmo com bem pouca quantidade”, diz a veterinária. Resumindo: invista em produtos específicos para os animais.
Plano de saúde: Depende
“No mercado já existem alguns planos de saúde para cães e eles são, sim, vantajosos. O que a maioria oferece, geralmente, é bom, como clínicas credenciadas e com profissionais de qualidade. Assim como para humanos, existem planos com preços diferenciados em relação à idade e necessidades especiais de cada animal. Alguns, inclusive, possuem cobertura para que o animal usufrua desde vacinas até serviços de cirurgia e internação. Se proprietário fosse pagar separadamente por esses serviços, possivelmente gastaria mais”, avalia Christiane. Considere, no entanto, que animais mais novos, até cerca de quatro anos, não costumam apresentar tantos problemas de saúde. Ou seja, se possuiu um filhote, o seguro pode esperar até o bichinho ficar mais velho.
Roupinhas, coleiras e brinquedos: depende
“Raças de pelo curto precisam de ajuda para se aquecer”, explica a veterinária. Assim, roupinhas durante o inverno são necessidade. Fora essa situação, no entanto, roupinhas – por mais fofas que sejam – são luxo.
Com coleiras e brinquedos a premissa é a mesma: são necessidade em número suficiente e luxo em quantidade exagerada. “Existem coleiras que custam menos de R$20 e outras, com a mesma função, que valem mais de R$150. Isso é supérfluo, pois o cão não sabe o que é dinheiro! Status é para os humanos”, diz a especialista. Da mesma forma, alguns brinquedos são bons para o animal, para treiná-lo e como parte de brincadeiras. Agora, dezenas de brinquedinhos são absolutamente desnecessários.
Caminha: luxo
“As caminhas, normalmente, são usadas para animais que irão dormir dentro de casa ou em algum local onde não chova. Os preços são bem variados. Mas se o cão não for ficar em um local que corra o risco de molhar, a caminha pode ser substituída por uma caixinha de papelão. E aqui também vale a mesma dica do paninho ou cobertor para aquecer o pet”, explica Christiane. Ou seja, gastar uma fortuna com caminhas elaboradas é desnecessário.
Banho em petshop: luxo
“Banhos são muito importantes, pois reduzem a sujeira do pelo e da pele do animal, evitando doenças para o cão e a família que convive com ele. A frequência varia muito, pois é preciso considerar se o animal vive no quintal ou dentro de casa, dormindo na cama dos proprietários. De qualquer forma, sugiro que não seja dado um intervalo menor do que uma semana e nem maior do que um mês”, explica a veterinária. O banho, no entanto, não precisa ser dado necessariamente no petshop. O dono pode cuidar da limpeza do animal em casa mesmo. Atenção às especificidades de raças:
– Embora não fundamental, para raças com pelos longos recomenda-se banhos semanais em petshop para que seus pelos não embaracem e, também, para garantir que a pele e o pelo estejam bem secos, evitando problemas de saúde. Caso opte por dar o banho em casa, tenha paciência para secar muito bem seu cãozinho.
– Raças de pelos curtos ou cães tosados, é possível economizar no petshop e dar banho em casa. As dicas são: use água morna, proteja bem os ouvidos do pet, sempre use xampu adequado para cães, que são encontrados em qualquer petshop e não são caros. Após o banho, seque bem o cão com uma toalha e termine de secá-lo com um secador de cabelos. Atenção: nunca deixe o cão molhado, pois a pele úmida pode favorecer o aparecimento de doenças de pele!
Ração especial: luxo
“As rações devem ser adequadas à idade e ao porte do animal. Existe ainda as versões específicas para cada raça que, em alguns casos, considero interessante, como às destinadas aos cães de porte grande e gigante. A maioria delas vem com Glucosamina e Condroitina, que são essenciais para manter a saúde das articulações. As rações premium apresentam excelente qualidade e alimentam muito bem os animais”, explica Christiane. Dessa forma, a não ser que o veterinário recomende, não há sentido em gastar mais em rações super premium ou de outra categoria mais cara.
Veterinário todo mês: luxo
“Cães saudáveis devem ir ao veterinário, pelo menos, a cada seis meses. Se isso pesar muito no orçamento, o pet deve ser consultado, no mínimo, uma vez ao ano. Para economizar, aproveite a consulta e já faça as vacinas de reforço. Para isso, lembre-se de marcar a consulta na época em que as vacinas estão próximas ao vencimento. Vale lembrar: todo diagnóstico precoce, assim como os tratamentos precoces, têm mais chances de cura e/ou controle. E quanto mais cedo diagnosticado um problema de saúde, menos será necessário gastar no tratamento”, garante Christiane.
Adestrador: luxo
“Salvo casos muito raros, não é difícil educar um cão. Em geral, com muito amor e paciência, os proprietários são capazes de ensinar o próprio pet. Enquanto filhotes, eles irão fazer algumas artes, como comer sapatos, mas com o tempo – e dedicação dos donos – tornam-se comportados”, garante a especialista. Procure livros, sites especializados e mesmo vídeos no YouTube que oferecem dicas de adestramento. Amigos com cães adestrados também dão ótimas dicas!
4 DICAS PARA NÃO GASTAR MAIS DO QUE O NECESSÁRIO COM SEU CACHORRO
1- Pesquise sempre na internet e em grandes lojas do ramo, considerando que, geralmente, por terem um estoque maior, possuem melhores preços quando comparados às lojas de bairro. No entanto, isso não é regra. Então, não deixe de passar no petshop perto da sua casa também.
2- Busque produtos que, sazonalmente, entram em promoção. Por exemplo, normalmente no verão, época com maior incidência de pulgas e carrapatos, as empresas costumam aumentar a produção de remédios para controle de parasitas, sabendo que podem vender mais. Junto com isso, fazem promoções estilo “pague dois, leve três”. Você ganha desconto e as empresas fabricantes ganham na quantidade de vendas.
3- Comprar pacotes de ração 10, 15 ou 20kg pode ser uma saída para baratear os gastos com alimentação. O motivo? Os pacotes maiores apresentam melhores preços. No entanto, caso opte por essa medida, será necessário ter cuidado especial no armazenamento dessa ração para evitar perda dos nutrientes nem possíveis contaminações. Logo, ela deve ficar em um ambiente completamente vedado e sem grande variação de temperatura. Também é preciso ficar de olho na data de validade.
4- Lembre-se sempre da máxima: às vezes, o barato sai caro. Então, tenha certeza de que o produto ou serviço que você está comprando tem a qualidade prometida! Busque sempre o melhor para aquele que só te dá amor!
Fonte: Meu Bolso Feliz