Se por um lado o pequeno varejo tem a seu favor a maior flexibilidade e agilidade na tomada de decisão, por outro, sente-se pressionado a implantar as mesmas estratégias dos grandes sem, muitas vezes, ter estrutura e fôlego para isso. Poucos são os pequenos empresários que sabem exatamente como tirar proveito das redes sociais como plataforma de alavancagem da marca e, indiretamente, como ferramenta de venda.
“O pequeno, na maioria dos casos, não domina a busca orgânica, não entende terminologia de custo por clique e desconhece que o fluxo involuntário do comércio eletrônico está na rede social”, afirma Luis Stockler, da ba-Stockler Consultoria. “Eles sabem que têm de estar presentes em vários canais, que eles têm de ser sinérgicos, mas poucos estão realmente colocando isso em prática com eficiência”.
Há exceções. Um bom exemplo é a Nação Verde, rede especializada em alimentos e produtos naturais orgânicos, que opera com três canais de venda: varejo, comércio eletrônico e venda direta. No total são 20 lojas, 2.384 vendedores diretos e um e-commerce que responde por 3% das vendas. “Os preços e o mix de produtos são iguais em todos os canais, o que difere é como a venda é encaminhada”, assinala Ricardo Cruz, sócio da rede.
“Quando o cliente faz a compra pela internet, ele coloca o CEPe a venda é direcionada para a loja mais próxima, com emissão de cupom fiscal da unidade selecionada”. Além disso, as consultoras podem usar tanto catálogos físicos quanto virtuais em suas abordagens, assim como usar as redes sociais. O treinamento é desenhado para cada canal de venda e os resultados são positivos. A Nação Verde conta com 13 mil clientes cadastrados no e-commerce e espera faturar RS 14 milhões este ano, 20% a mais do que em 2014.
Para os empreendedores que ainda não se sentem seguros em montar uma operação própria com base no mundo virtual, um dos atalhos sugeridos pelos especialistas do setor é a integração nos chamados marketplaces, que também são conhecidos como shopping virtuais. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, já existem 50 plataformas virtuais desse tipo em atuação no Brasil.
Uma delas é a E-Moda, plataforma B2B da área de moda. Ao contrário da maioria, não viabiliza a compra de produtos pelo consumidor final, mas coloca em contato confecções com donos de lojas de todo o país. “Uma indústria para atender todo o país conta, normalmente, com 40 representantes, capazes de atingir apenas 800 pontos de venda, quando o ideal seria atingir dois mil”, diz Vanessa Wander, sócia do marketplace.
“O que propomos é uma diminuição de custos, seja por parte do varejista que não precisa gastar com viagem para ir ao showroom das marcas, seja por parte da indústria, que não precisa aumentarj sua equipe de representantes nem gastar com 40 mostruários”. Segundo ela, um lojista de Belém; gasta RS 7 mil para abastecer o estoque em São-Paulo, adquirindo produtos ao preço médio de R$ 120. Para recuperar o investimento teria de vender muito, o que nem sempre acontece.
Com menos de seis meses de operação, o E-Moda já conta com 450 lojistas cadastrados e seis marcas operando no shopping virtual. A meta é somar 15 marcas até o final do ano e somar RS l milhão de faturamento.
Fonte: PME – Pequenas e Médias Empresas