Com o avanço da inflação e aumento do desemprego, os gastos do brasileiro no Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo, dia 09, serão mais modestos do que no ano passado. Um levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em todas as capitais, mostra que 43,8% dos consumidores pretendem gastar menos com o presente deste ano na comparação com a mesma data do ano passado.
Com menos sobras no orçamento e diante de preços mais salgados, os consumidores têm se mantido distantes dos principais centros de compras. Oito em cada dez pessoas ouvidas pela sondagem (76,8%) acreditam que os presentes estão mais caros em 2015 do que há um ano. Além disso, a maioria dos consumidores que tem a intenção de presentear, deve comprar apenas um presente (66,4%).
“Com o crédito cada vez mais restrito, a inflação elevada e as altas taxas de juros, o consumidor vê o seu poder de compra diminuir e a principal medida para salvar as finanças acaba sendo o corte de gastos. Exemplo disso, é que em outras datas comemorativas recentes como Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados, o comércio também apresentou um resultado decepcionante, com queda no volume de vendas parceladas”, avalia o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Consumidor endividado
O bolso mais apertado para contrair novas dívidas é um dos responsáveis pelo comportamento mais cauteloso do consumidor. Dentre os entrevistados que planejam gastar menos no Dia dos Pais, o endividamento (24,4%) é a principal justificativa para a contenção de despesas, principalmente entre as pessoas da classe C (26,8%) e com idade entre 35 e 49 anos (36,5%). Outras justificativas completam a lista como a necessidade de economizar (18,45%) e o desemprego (16,6%).
Pais recebem presentes mais baratos
Nesta data, os pais (64,0%) e os esposos (20,6%) serão os mais presenteados, mas eles devem se contentar com uma recordação mais barata. De acordo com a pesquisa, o valor médio por presente será de R$ 119,83, quantia inferior à intenção de gastos apurada pelo SPC Brasil para o último Dia dos Namorados, que foi de R$ 138,00.
É alto o percentual de consumidores reticentes quando indagados sobre o preço dos presentes que pretendem comprar. Mais da metade (50,7%) dos entrevistados afirma não ter ideia do quanto pretende desembolsar. Outro sinal de que o Dia dos Pais deste ano será econômico é que 46,2% dos entrevistados consultados pretendem comemorar a data em casa, ao passo que apenas 9,7% têm a intenção de festejar o dia em algum restaurante.
Brasileiro vai pagar a vista
O pagamento do presente à vista em dinheiro destaca-se como a principal modalidade utilizada pelos consumidores (53,3%), bem à frente do cartão de crédito parcelado (18,3%), cartão de crédito à vista (13,6%) e cartão de débito (8,5%). “O dado está coerente com o atual momento econômico, em que as pessoas se veem obrigadas a cortar despesas para driblar a inflação e também estão menos seguras em seus empregos. Por isso o ideal é evitar o abuso de parcelamentos e realizar todos os pagamentos a vista”, orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Os presentes mais procurados neste ano são as roupas (53,8%), calçados (23,9%), e acessórios (18,7%) – como cintos, óculos, relógios, meias e gravatas – seguidos pelo almoço em restaurantes (6,5%), livros (5,8%), smartphones (5,4%), vale-presentes (4%) e artigos esportivos (3,5%). O principal lugar para a compra dos presentes será o shopping center, citado por 55,1% dos entrevistados. As lojas de rua (24,9%) e as lojas virtuais (10,6%) ocupam a segunda a terceira posição no ranking de preferência, respectivamente.
Segundo o levantamento, a procura pelo presente dos pais deve se intensificar pelos próximos dias. Seis em cada dez (66,7%) entrevistados disse que deixará a compra do presente para os primeiros dias do mês de agosto, ou seja, na última hora. Há ainda os mais atrasados, que só vão comprar no próximo sábado, véspera do Dia dos Pais (9,0%). “Essa corrida às lojas de última hora é um hábito bastante típico do brasileiro. Com dificuldades para comprar a prazo, boa parte dos trabalhadores vai espera o pagamento cair na conta para comprar o presente”, explica Honório.
Fonte: CNDL