Muitos brasileiros não planejam sua aposentadoria e a falta de educação financeira e de informação é um dos principais motivos apontados por quem entende do assunto. Uma pesquisa do SPC Brasil constatou que 57% dos brasileiros não se preocupam com a aposentadoria, sendo que 17% desses pretendem depender apenas do INSS.
Para a educadora financeira da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), de Manaus, Vera Lúcia Salgado de Oliveira da DStop, os dados mostram o quanto as pessoas precisam se educar financeiramente.
“Hoje, as pessoas não estão se preocupando com a aposentadoria, se acomodam. Costumo dizer que o INSS (Isso Nunca Será Suficiente) é um valor pequeno, cai muito. Por isso, é necessário pagar uma previdência privada”, disse, ao brincar com a sigla do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para Vera Oliveira, o ideal é fazer uma previdência privada o quanto antes.
Foi pensando no futuro que a pedagoga Ivana Valéria Aranão fez uma previdência privada, apesar de estar aposentada pelo INSS.
“Como ainda estou trabalhando, o INSS só está complementando a minha renda. Depois que parar de trabalhar, vou ter a previdência privada e o INSS e quero ter um dinheiro a mais para poder viajar, enfim, ter mais qualidade de vida”, disse, afirmando que começou a pagar tarde, com 40 anos, mas quando chegar aos 60, poderá sacar tudo ou receber mensalmente.
A pedagoga também fez uma previdência privada para suas duas filhas, uma de 14 anos e outra de 19. “Atualmente, pago os estudos de minhas filhas. Mais tarde, não terei esse gasto, mas vão aparecer outros como medicamentos, fisioterapia e o plano de saúde, que fica mais caro com a idade”, disse.
Segundo dados da Previdência Social, no Brasil, 46% das pessoas que se aposentam dependem de parentes, 28% dependem de caridade, 25% são obrigados a trabalhar e apenas 1% são independentes.
Longo prazo
O executivo Paulo Carvalho, de 37 anos, também vem investindo a longo prazo em sua aposentadoria com títulos de Tesouro Direto.
“Quando parar de trabalhar, quero ter um patrimônio para poder ter um padrão de vida, de forma satisfatória, sem precisar trabalhar. Quero construir um patrimônio ativo para os próximos 25 anos. Não conto com o INSS”, disse, acrescentando que prefere investir em títulos direto no tesouro a previdência privada, que, segundo ele, é um modelo engessado e apresenta altas taxas administrativas.
Segundo a educadora financeira, só o valor do INSS não é suficiente para custear as despesas na terceira idade. “O que precisa ficar bastante claro sobre o aumento ou não de despesas é que, independente da condição financeira do indivíduo, as despesas sempre precisam caber no orçamento. Pois, só assim, é possível não entrar para as estatísticas dos endividados ou inadimplentes”, disse Vera Lúcia.
Fonte: Portal D24AM