Estratégia é usada para driblar as taxas de transação dos cartões de crédito e de débito, diz CNDL
Segundo levantamento realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 68,5% dos micro e pequenos empresários dos setores de comércio e de serviços têm o costume de cobrar um valor mais baixo para quem opta pelo pagamento em dinheiro.
De acordo com o estudo, a estratégia é usada, principalmente, para driblar as taxas de transação dos cartões de crédito e de débito, já que 38,8% dos empresários oferecem o valor que pagariam à operadora como desconto para o cliente no pagamento à vista.
No entanto, o cartão de crédito ainda é o meio de pagamento mais recebido nas vendas (39%), ficando a frente do dinheiro vivo (38,4%). Outras formas de pagamento citadas foram boleto bancário (7,4%), depósito em conta (4,4%), cheque pré-datado (4,1%), cartão de débito (3,6%) e crediário (1,3%).
Para os especialistas do SCP Brasil, o surgimento de tecnologias mais baratas e o fim da exclusividade entre credenciadoras e bandeiras estimularam a concorrência no setor de cartões, o que possibilita às empresas de menor porte a experimentarem as transações eletrônicas como forma de pagamento.
Segundo Honório Pinheiro, presidente da CNDL, um dos benefícios para as empresas que trabalham com cartões é a diminuição do risco da inadimplência, já que o pagamento é garantido pelos bancos. “Como a tendência é que cada vez mais brasileiros tenham acesso aos cartões, aceitar esta modalidade de pagamento se transformou em investimento”, avalia.
Entre os empresários ouvidos na pesquisa, 57,9% afirmam que a garantia de recebimento do valor é a principal vantagem de operar com cartões de crédito. Considerando os cartões de débito, o percentual é de 46,3%.
Os maiores benefícios em mencionados pelos micro e pequenos empresários foram a competitividade em relação aos concorrentes que não aceitam cartões (13,5%), a possibilidade de atrair novos clientes com uma oferta maior de opções de pagamento (10,5%) e a comodidade, por não ter que ir ao banco fazer depósitos (10,2%).
A principal queixa é referente às taxas praticadas pelas operadoras de cartão. Os custos com as transações e com o aluguel da maquininha (65,7% para cartões de crédito e 61,2% para débito) são lembrados como a principal desvantagem para os empresários. Há ainda os que recordam os transtornos quando o sistema da máquina de pagamento sai do ar (8,8%).
Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil alerta que oferecer o pagamento no cartão é vantajoso sob vários aspectos. “Mas é preciso analisar o custo-benefício das transações através de um planejamento. O comerciante precisa se atentar ao fato de que ele paga um custo fixo para usar as máquinas e arca também com um custo variável, que é um percentual sobre as vendas”, diz o executivo.
Outro dado levantado mostra que 76,4% das MPEs oferecem pagamentos parcelados e apenas 16,8% trabalham somente com pagamentos à vista.
Fonte: Portal no Varejo