O faturamento do segmento atacadista distribuidor cresceu, em termos nominais, 0,44% no acumulado de 2015 até dezembro em comparação ao mesmo período de 2014. Um resultado satisfatório tendo em vista o enorme desafio enfrentado pelos empresários do segmento em 2015. Ainda segundo dados nominais da pesquisa mensal da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD), apurada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), houve avanço de 9,82% em dezembro de 2015 em relação ao mesmo mês de 2014 e de 15,25% de novembro para dezembro de 2015, na comparação mês a mês.
“Nossa expectativa inicial era fechar o ano com estabilidade em relação a 2014. É uma grata surpresa constatar que, em um ano de extrema dificuldade, as empresas do setor tenham se empenhando ao máximo para se adaptar à nova realidade do mercado. Adaptar produtos, embalagens e estratégias não é apenas uma reação inteligente diante da crise, mas pode ser fator determinante para a sobrevivência das empresas”, afirma José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da ABAD.
Em termos deflacionados, o faturamento manteve o ritmo de queda, embora menos intensa, tanto na comparação anual quanto no acumulado do ano. Em dezembro, houve recuo de -0,77% em relação ao mesmo mês de 2014 (em maio, a queda havia sido de 12,98% na mesma base de comparação). No acumulado de janeiro a dezembro de 2015, a retração foi 7,94% ante o mesmo período de 2014. Na comparação mês a mês, entre novembro e dezembro, o faturamento cresceu 14,15%.
“Os dados nominais refletem com mais propriedade o desempenho do setor atacadista distribuidor. Ocorre que, pela dinâmica do negócio, com poucos reajustes de preços da indústria em períodos pré-determinados ao longo do ano, os repasses de eventuais aumentos para os preços dos produtos não são feitos de forma imediata. Os dados deflacionados levam em consideração uma variação de preço mensal, o que não é uma realidade para o atacadista”, afirma José do Egito. Além disso, os índices de inflação como o IPCA são medições de variações de preço ao consumidor e consideram um determinado leque de produtos e serviços. As variações de preço do atacado não necessariamente se comportam da mesma forma.
Perspectiva
Para a entidade, 2016 será um ano igualmente difícil para o varejo independente, principal cliente do setor. “Com uma inflação anual perigosamente próxima dos dois dígitos e o desemprego atingindo índices cada vez maiores, não será fácil dissipar o alto nível de desconfiança do consumidor. Por isso, a palavra de ordem é reinventar-se para superar os desafios e alcançar maior lucratividade a partir de inovações”, afirma José do Egito.
“Para além dos insanáveis problemas do país, há um setor produtivo tentando sair do estado de letargia. Temos de continuar atentos e cautelosos em relação aos desdobramentos políticos e econômicos, mas não podemos desanimar. A meta em 2016 é manter os números em patamares positivos”, conclui.
Fonte: Varejista.com