Adoro ler sobre psicologia positiva, a área da psicologia que estuda os fatores que fazem as pessoas se sentirem satisfeitas com suas vidas e florescerem. Não suporto baixo astral. E como sou meio cética, a ideia de um campo de estudos que trata sobre estratégias e hábitos que melhoram nossa vida me fascina. Eu só comecei a meditar, por exemplo, depois ter lido centenas de estudos científicos de instituições respeitadas que celebram os efeitos positivos da meditação no nosso cérebro. E o “pote da gratidão” foi outra ideia que eu peguei emprestado dos pesquisadores que estudam felicidade humana.
Há duas semanas assisti quase que por um acaso um filme super fofo sobre felicidade. Já é até meio velho, de 2011, mas estava no Netflix aqui da Alemanha dando sopa e eu queria ver alguma coisinha antes de dormir. Era muito bacana. É um documentário que entrevista vários pesquisadores de felicidade e pessoas que se consideram felizes no mundo inteiro (tem até um surfista brasileiro!). E a grande conclusão é que tudo aquilo que a gente persegue freneticamente no mundo ocidental (fama, dinheiro e etc) não são fatores importantes para a que a gente se sinta satisfeito com a vida. Segundo os depoimentos coletados, importante são: relacionamentos, atividade física, nossa contribuição para a sociedade, e cultivo de um certo sentimento de fascinação pela vida. Vou deixar aqui o trailer do filme para quem estiver a fim de assistir. Fiquei tocada com o depoimento de uma mulher que era super linda e sofreu um acidente de carro e ficou com o rosto desfigurado. O casamento acabou, ela passou o pão que o diabo amassou e só não se matou por que queria esperar o filho crescer para poder se matar sem consciência pesada. Só que ela vai vivendo, e conhece um homem, eles se apaixonam e ela reconstrói a vida dela. E no final do depoimento ela diz que parece até mentira, mas que ela é muito mais feliz agora na relação atual do que ela era todo bonitona, antes do acidente no outro casamento.
E acabei de assistir uma palestra do TED super interessante também. O palestrante é o 4° diretor de um estudo da Harward iniciado em 1938 sobre felicidade humana. Provavelmente o estudo mais longo sobre o tema no mundo inteiro. Os pequisadores pegaram homens na adolescência e juventude e foram os seguindo por toda a vida. Eles faziam exames médicos, respondiam questionários sobre suas vidas e como se sentiam. Alguns dos participantes estão hoje na casa dos 90 anos. Ou seja, um estudo sem precedentes mesmo. O diretor da pesquisa explica que a conclusão mais absoluta que eles tiraram depois de seguir a vida das pessoas por décadas é que não é nem fama, nem dinheiro que traz felicidade, mas sim você ter bons relacionamentos. Independente do que elas tinham alcançado materialmente na vida, independente até da saúde, as pessoas que tinham boas relações com os amigos, família e com a comunidade em que estavam inseridas se sentiam muito mais felizes do que quem não tinha. E isso não necessariamente tem a ver com a quantidade de amigos, ou com o fato de você estar casado ou não. Mas sim com a qualidade dos relacionamentos. Afinal, tem muita gente casada que se sente sozinha. Segundo os pesquisadores até o cérebro das pessoas na velhice funciona melhor se elas sentem que existem pessoas nas suas vidas com quem podem contar. E outra: solidão mata! Sim, os homens que se diziam sozinhos, viveram em média menos!
Fonte: tudosobreminhamae.com