As instituições consideradas mais confiáveis para contratar um financiamento são os bancos, bem à frente das financeiras, mas 54,3% dos entrevistados consideram altos ou abusivos os juros cobrados nesse tipo de operação
Em todo o Brasil, 27,6% dos consumidores possuem financiamentos, segundo pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Entre as motivações, a aquisição da casa própria (41,1%) e a compra de um automóvel (36,5%) são as principais.
Outros motivos ainda mencionados são a compra de motocicletas (8,3%), a reforma da casa (7,4%) e a compra de móveis (5,8%). De acordo com o levantamento, sete em cada dez (71,0%) consumidores que tem financiamento atualmente recorreram a ele para realizar um sonho de consumo, mas quase a metade (45,6%), nem sabe ao certo o número de parcelas que terá de pagar até terminar de quitar a dívida.
A pesquisa constatou ainda que muitos consumidores não tomaram cuidado antes de assumir um financiamento. Dois em cada dez (19,1%) entrevistados que tem esse serviço financeiro admitiram não ter analisado as tarifas e juros cobrados, sobretudo as pessoas da classe C (22,1%).
De acordo com o levantamento, 17,0% dos consumidores que estão pagando financiamentos já tiveram o nome incluído em instituições de proteção ao crédito em razão de atrasos das prestações, sendo que 7,5% ainda se encontram nesta situação.
As instituições consideradas mais confiáveis para contratar um financiamento são os bancos (69,1%) bem à frente das financeiras (7,9%) -, mas 54,3% dos entrevistados consideram altos ou abusivos os juros cobrados nesse tipo de operação.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ao adquirir um financiamento o consumidor deve avaliar o impacto desse compromisso não apenas no curto prazo, mas durante todo o período de contratação, tendo em vista que o estilo de vida e os hábitos financeiros podem sofrer mudanças, uma vez que a renda disponível é menor. “Um passo importante como esse exige preparação. Se não houver controle eficiente de gastos, disciplina e controle de compras não planejadas, a tendência é perder o controle sobre as parcelas”.
Fonte: O Economista