Para conseguir concretizar seus planos de investir, a maioria dos empresários farão uso de capital próprio como principal recurso
Dados do Indicador de Propensão a Investir MPE do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que a intenção por investimentos dos micro e pequenos empresários de varejo e serviços subiu de 19,96 pontos em abril para 25,22 pontos em maio. Quanto mais próximo de 100, maior é a propensão ao investimento. O resultado faz com que o dado volte ao nível que havia sido registrado no primeiro trimestre do ano, de 24,88 em média. Na comparação com maio do ano anterior, quando marcou 32,06 pontos, o indicador registrou queda de 21,3%, refletindo o clima de incerteza produzido pelas crises econômica e política.
Em números percentuais, o indicador revela que 18,2% desses micro e pequenos empresários dos segmentos de comércio e serviços estão interessados em investir em seus empreendimentos nos próximos três meses – percentual acima dos 13,0% verificados no mês anterior.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o baixo apetite ao investimento para expansão dos negócios é justificado, em parte, pela falta de confiança dos empresários derivada das dificuldades econômicas que o país atravessa. “Sem boas perspectivas com os rumos da economia, os MPEs estão reticentes para assumir compromissos financeiros de médio e longo prazo, já que os juros ainda estão elevados e a demanda do consumidor segue diminuindo por conta da renda mais baixa e aumento do desemprego”, explica o presidente. Entre os empresários que não pretendem investir (72,7%), a principal razão é justamente a falta de confiança diante da crise, mencionada por 46,7%.
Já entre os que pretendem fazer investimentos, o principal objetivo é tentar aumentar as vendas, para 58,9% destes, seguido por 19,9% que investirão para adaptar sua empresa a novas tecnologias. Os investimentos mais citados são em mídia e propaganda (32,9%), reforma da empresa (28,8%) e compra de equipamentos e maquinário (27,4%).
Para conseguir concretizar seus planos de investir, a maioria dos empresários farão uso de capital próprio como principal recurso: 68,5% utilizarão os fundos de poupança e investimentos e 5,5% dos recursos da venda de algum bem (5,5%). Dois em cada dez MPEs (19,2%) pretendem fazer empréstimos com bancos e financeiras para investir.
Demanda por crédito segue tendência de baixa
O Indicador de Demanda por Crédito MPE também cresceu em maio em relação a abril: 13,44 pontos frente a 11,68 pontos no mês anterior – uma alta de 15,1%. Na variação anual, no entanto, o indicador diminuiu de 16,36 pontos para 13,44 pontos, o que reflete a tendência ao longo de toda a série histórica de os micro e pequenos empresários estarem com baixa intenção de contratar crédito. Quanto mais próximo de 100 pontos, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os seus negócios.
Em termos percentuais, a grande maioria dos MPEs (85,6%) não pretendem contratar crédito nos próximos três meses e a principal justificativa para não contratarem é conseguir manter seus negócios com recursos próprios, mencionada por 51,5% desses empresários. Outros 28,9% alegam que não pretendem fazer nenhum investimento que exija recursos de terceiros, sendo que as altas taxas de juros são outro fator que desencoraja a tomada de crédito, mencionado por 15,3%.
Entre os 5,0% que manifestaram a intenção de contratar crédito nos próximos 90 dias, a principal finalidade é o capital de giro, citado por 47,5%, seguida pela reforma da empresa (22,5%) e compra de máquinas, equipamentos e computadores (também 22,5%). As modalidades mais citadas por quem tem a intenção de tomar crédito são o microcrédito (30,0%), o desconto de duplicata e o cartão de crédito empresarial (ambos com 15,0%).
Fonte: CNDL