Controlar gastos não tem sido a mais fácil das tarefas para o brasileiro
Controlar gastos não tem sido a mais fácil das tarefas para o brasileiro. Preocupados com o aumento do orçamento familiar, e associado ao crescimento do desemprego no país, os consumidores estão entregando as esperanças através de um recurso financeiro que pode lhe ajudar na educação econômica, na medida em que evita contrair dívidas: essas são algumas das qualidades do cartão pré-pago.
Possuindo facilidades de aquisição e uso – tal como os cartões de débito e crédito –, o pré-pago se diferencia pelo controle que obriga a seu usuário ter com o volume de dinheiro disponível no acessório. Ao contrário dos dois outros tipos mais conhecidos de cartão, este pode ser usado apenas em caso de saldo positivo, não deixando alternativas para o usuário a não ser organizar os gastos.
De acordo com o vice-presidente de Desenvolvimento, Aceitação e Negócios da MasterCard Brasil e Cone Sul, Alexandre Brito, os pré-pagos tem sido a modalidade com o mais expressivo crescimento na indústria de cartões, tendo chegado aos 40% nos últimos anos, mesmo que ainda estejam em volume muito inferior às tradicionais categorias do débito e crédito.
“O mundo do pré-pago abre uma porta grande, seja sob o ponto de vista do consumidor ou das empresas, reduzindo gastos, e simplificando etapas, e que ainda possui benefícios como a segurança, e, a depender da operadora, possui ainda o resgate de pontos que se acumulam através do uso desse mesmo cartão, ou transferência desse mesmo saldo”, destacou Brito.
O fácil acesso também é outra vantagem. O cartão pode ser encontrado em agências, supermercados, lojas, e adquiri-lo exigirá menos burocracia do que ao abrir uma conta bancária – até porque, diferente dos cartões de débito, o pré-pago não está ligado a nenhuma conta no banco – bastando não mais do que o nome, endereço e CPF no ato da compra do acessório. Após este ato, basta fazer, no mesmo local, o deposito do valor que quer no cartão.
“Atualmente a MasterCard trabalha com 14 empresas emissoras de cartões pré-pagos, e esse número pode crescer, devido a demanda que tem crescido em torno dessa ferramenta”, destacou Alexandre Brito.
CUIDADOS
Mesmo que seja capaz de favorecer a educação financeira de seu usuário, é preciso alguns cuidados básicos na hora de adquirir um pré-pago. O economista e consultor financeiro Edísio Freire ressalta que, assim como outros recursos tais como o cartão de crédito, o pré possui taxas que farão parte das contas de quem o utiliza, por isso, é necessário que o consumidor se informe sobre todas elas antes de fechar negócio.
“Essas taxas variam de instituição para instituição. Algumas cobram taxas administrativas, tais como a de emissão, recarga. Há empresas de pré-pagos que também cobram uma tarifa para o caso de o usuário não utilizar o cartão. É preciso que o consumidor fique atento a essas regras de uso para que não seja surpreendido com valores que não estavam dentro do seu planejamento”, alerta Freire.
Resolvidas as questões de taxas, o cartão oferece mais vantagens sob o aspecto do controle no orçamento. “A diferença principal entre este para as modalidades de débito e crédito, é que, nas outras, você já recebe um crédito para gastar, não há um limite. Daí é preciso consultar seu saldo diariamente para saber o quanto ainda pode gastar, para não ficar no vermelho ou com uma conta muito alta a pagar no fim do mês”, explica o economista.
UTILIDADES
Enquanto isso, no pré-pago, o consumidor pode fazer uso inteligente, para se ter ideia de quanto gasta no supermercado, ou a cada vez que vai abastecer o carro, e planejar antecipadamente os próximos gastos. Outra finalidade, desta vez, para quem tem filhos, é usar os pré-pagos para dar a mesada.
“É uma forma de exercitar a educação financeira com o jovem, ensina-lo a administrar aquele dinheiro que está ganhando, e contribuindo para que ele o use conscientemente, pensando no que pode querer gastar futuramente, poupando. É também uma maneira dos pais terem controle sobre como e com o que seu filho está gastando a mesada”, exemplifica Edísio Freire.
O mesmo cartão também pode ser utilizado em viagens para fora do país, tendo como vantagens, o controle do quanto se pretende gastar enquanto estiver no exterior. “Se o viajante não pretende gastar mais do que uma certa quantidade de dólar ou euros, por exemplo, é possível ter esse mesmo controle através do pré-pago”.
Neste caso, os pré-pagos podem oferecer tanto vantagens quanto desvantagens, já que o valor debitado será exatamente aquele pelo qual a moeda está valendo no momento, enquanto que, no caso do cartão de crédito, será debitado o valor do câmbio no dia em que é fechada a fatura.
“Outras finalidades para classe média alta podem ser a utilização de um pré-pago para o empregado de uma família, no qual o patrão também estabelece um limite. Ou seja, as possibilidades são inúmeras, mas, é necessário que se saiba: o cartão não faz nada sozinho. É preciso sempre ter consciência do quanto se pode gastar”, orientou o consultor financeiro.
Fonte: Tribuna da Bahia