Região Sudeste possui o maior número de inadimplentes, com 24,2 milhões de devedores, mostram SPC Brasil e CNDL

14 de fevereiro de 2017

São 58,3 milhões de negativados em todo o Brasil. Em 12 meses, listas de inadimplentes tiveram acréscimo de 700 mil nomes. Metade da população entre 30 e 39 anos está negativada

inadimplencia-indiceDe acordo com a estimativa elaborada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o Sudeste concentra o maior número absoluto de inadimplentes em janeiro: são 24,2 milhões de consumidores negativados, o que representa 37,3% da população adulta entre 18 e 95 anos na região. A segunda região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, que conta com 15,8 milhões de negativados (39,9% da população). Em seguida, aparece o Sul, com 8,0 milhões de inadimplentes (36,0%); o Norte, com 5,3 milhões de devedores (46,6%) e o Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 5,0 milhões de inadimplentes, ou 43,80% da população.

No total, o indicador mostra uma estabilização do número de negativados, com 58,3 milhões de devedores em janeiro. No mesmo mês de 2016, a estimativa era de 57,6 milhões de consumidores, o que mostra um aumento de 700 mil casos ao longo do ano.

“A desaceleração do crescimento da inadimplência ocorre desde o segundo trimestre de 2016 e esse movimento é influenciado pelo próprio cenário recessivo, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias, assim como a tomada de crédito por parte dos consumidores e sua propensão a consumir”, explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. “Isso quer dizer que o consumidor encontra mais dificuldade para se endividar – e, sem se endividar, não se torna inadimplente.”

O indicador mostra que 39% da população brasileira adulta está registrada em listas de inadimplentes, enfrentando dificuldades para realizar compras a prazo, fazer empréstimos, financiamentos ou contrair crédito.

Baixo crescimento da inadimplência na variação mensal

O dado de janeiro ficou pouco acima do observado em dezembro de 2016. O indicador mensal de devedores apresentou um aumento de 0,13%. Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, “o resultado tem influência do efeito sazonal dos gastos típicos de final e início de ano, que acabam resultando em aumento do número de negativados no período.”

Já na comparação entre os meses de 2016 e 2017, o indicador avançou 0,84% – seguindo a tendência de recuos iniciada ao longo do ano passado, oscilando com variações próximas a 1,0% desde setembro.

Quase metade da população entre 30 e 39 anos está negativada

A estimativa por faixa etária revela que é entre os 30 e 39 anos que se observa a maior frequência de negativados. Em janeiro, quase metade da população nesta faixa etária (49,4%) tinha o nome inscrito em alguma lista de devedores – um total de 16,8 milhões. Também merece destaque uma porcentagem significativa da população com idade entre 25 e 29 anos (46,6%) estar negativada, assim como os consumidores com idade entre 40 e 49 anos (46,4% em situação de inadimplência).

Entre os mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, a proporção cai para 19,1% – em número absoluto, 4,6 milhões. Já a população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, a proporção é de 29,5%, o que representa 4,6 milhões de pessoas.

Número de dívidas diminuem 2,24% em novembro

O indicador do SPC Brasil e da CNDL também analisa o volume de dívidas em nome de pessoas físicas. Neste caso, a variação negativa foi de -2,95% na comparação anual janeiro de 2017 frente ao mesmo mês de 2016.

O setor de comunicação, que engloba atrasos em contas de telefonia, internet e TV por assinatura, foi o que mostrou a maior queda de dívidas em dezembro. Na comparação anual, as pendências de pessoas físicas com o setor caíram -18,9%. Os atrasos no comércio apresentaram uma retração de -5,9% e as dívidas bancárias, que contemplam atrasos no cartão de crédito, financiamentos, empréstimos e seguros, cresceram +1,0%. O setor que apresentou a maior alta foi o de água e luz, cujo crescimento foi de 12,3%, também na variação anual.

Em termos de participação, considerando-se mais uma vez o total do Brasil, os bancos concentram a maior parte das dívidas existem no país: 49,0%. Em seguida, aparece o Comércio, com 20,0% desse total e o setor de Comunicação, concentrando 12,9% do total de pendências.

Fonte: CNDL