Iniciativa será viabilizada por parceria público-privada e prevê intervenções na estrutura de passeios e praças; obras começam em 3 de julho
Quando precisa resolver alguma coisa no centro de Vitória da Conquista, a dona-de-casa Rose Cunha, 30 anos, tem de escolher entre levar o filho de oito meses no colo ou no carrinho. Na maioria das vezes, opta pela primeira alternativa. “Tenho o carrinho, mas quase não uso, por conta da falta de acessibilidade. Para eu vir de casa, agora, tive que vir pela rua, correndo perigo, porque o passeio não me dá acessibilidade para poder andar com ele”, relatou.
“Isso para o carrinho de um bebê, que você pode carregar no colo. E para um cadeirante, como é que fica? É totalmente irregular isso aí”, questionou Rose.
Foi para resolver essa dificuldade, comum no cotidiano de comerciantes e consumidores que frequentam o centro comercial da cidade, que a Prefeitura e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) se envolveram numa parceria para promover uma reforma estrutural nessa área urbana.
O projeto executivo está sendo desenvolvido pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, com base num anteprojeto elaborado pela CDL, em conjunto com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A ideia é reorganizar toda a área central da cidade, começando pela padronização dos passeios.
“O que é de grande interesse é a alteração das praças que fazem parte daquele centro. Todos os passeios e praças vão ser adequados. Isso vai ser iniciado pela Praça Nove de Novembro, e nos passeios que partem daquela praça. Será feito um estudo de todos os obstáculos que existem nesses passeios. Eles serão nivelados. Será adotado um novo piso, com acessibilidade e paisagismo”, informa o secretário de Infraestrutura, José Antônio Vieira.
“Já foram feitas visitas aos locais pelos técnicos. E foram feitos contatos com a CDL, e levantados os tipos de materiais que serão apresentados para uma escolha comum entre a Prefeitura e a CDL. A partir daí, a gente vai fechar esse projeto, tendo em vista que o início das obras será no dia 3 de julho”, acrescenta Vieira.
A área a ser reformada, inicialmente, inclui não só a Nove de Novembro, mas também as praças da Bandeira e Barão do Rio Branco, além de “todas as ruas que se entendem por centro comercial”, como destaca o secretário.
‘Mais vida e mais cor’ – De acordo com a presidente da CDL, Sheila Andrade, a maneira encontrada para viabilizar o projeto foi uma parceria público-privada entre a Prefeitura e a entidade. “Verificamos tudo o que poderia ser feito para humanizar a praça, trazer mais vida, mais cor. E daí, nós passamos o projeto para a Secretaria de Infraestrutura, que é quem tem os técnicos para fazer isso. A CDL vai entrar procurando os parceiros que vão alocar os recursos. São esses lojistas que se encontram na praça e nas suas imediações”, explica Sheila.
O projeto ainda está em desenvolvimento, mas já é possível adiantar alguns detalhes. “Vamos colocar bancos, caqueiros com palmeiras, um novo toldo para as baianas de acarajé, novas cadeiras para os sapateiros, um carrinho novo para o pipoqueiro. Então, tudo isso vai ser através de recursos que nós vamos angariar no comércio. Vamos comprar esses implementos e doá-los para a Prefeitura, para quem, de direito, que usa o solo público”, adianta a dirigente da CDL.
Segundo as duas partes envolvidas, os valores que serão investidos nessa intervenção serão definidos assim que o projeto executivo for concluído. Sabe-se, no entanto, que praticamente todos os recursos serão provenientes da iniciativa privada, exceto pelo dinheiro que será investido pela Prefeitura no recapeamento de algumas ruas situadas no centro comercial.
Acessibilidade – Além dessa intervenção, a Prefeitura pretende revitalizar o terminal de ônibus situado na avenida Lauro de Freitas. Para essa obra, recursos de mais de R$ 5 milhões, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), já estão assegurados, graças a um financiamento da Prefeitura junto à Caixa Econômica Federal. “Será construído um novo terminal, com a drenagem para captação de águas pluviais e uma modificação no tráfego daquela região”, relata o secretário de Infraestrutura.
Quanto à revitalização do centro comercial, o secretário reitera que, entre as justificativas, está a garantia de acessibilidade e conforto aos frequentadores do local – ou seja, a dificuldade sentida diariamente por Rose e por várias outras pessoas. “A gente percebe que hoje a situação dos passeios, das ruas, está muito complicada, principalmente para quem tem dificuldades de locomoção. Então, é importante frisar que todo esse novo projeto vai ser dotado de uma total acessibilidade, com rampas nos passeios, nos pontos programados, faixas de pedestres, placas com indicação de velocidade máxima”, avisa Vieira.
“Isso é muito importante, porque vão ter áreas onde você vai ter uma utilização mista de pedestres e veículos. Então, as velocidades vão ser bem reduzidas”, conclui o secretário.
Fonte: PMVC