Com a média de um veículo a cada cinco brasileiros, o Brasil tem potencial de voltar a ser um dos cinco maiores mercados do mundo
A indústria automobilística está em recuperação e vai acelerar o ritmo de crescimento no ano que vem. A estimativa foi divulgada nesta terça-feira (19/09), Antonio Megale, presidente da Anfavea, entidade que abriga as montadoras instaladas no País.
Ao participar do fórum promovido pela revista Quatro Rodas, Megale evitou antecipar números sobre o desempenho do setor em 2018, o que só deve ser feito pela Anfavea em janeiro.
No entanto, ele aponta que o crescimento do mercado deverá ser superior ao deste ano, quando as previsões da entidade apontam a um avanço de 7,3% das vendas de veículos.
Revelando confiança num aumento dos emplacamentos superior a 10%, o executivo assinalou que a tendência é que o setor volte a se aproximar de níveis próximos de dois dígitos de crescimento no próximo ano.
Megale cita indicadores econômicos como a queda dos juros, a redução do desemprego e o fim da recessão ao justificar sua visão de que o pior momento da crise ficou para trás.
“Todos esses indicadores estão nos dando a confiança de que a retomada começou e que o fim da crise está próximo”, diz o presidente da Anfavea.
De acordo com Megale, está chegando o momento de renovação da frota de carros comercializados em 2013, quando os brasileiros compraram mais de 3,7 milhões de veículos – 68% a mais do que o previsto a este ano – e observou que a economia vem se descolando da política, de forma que as eleições de 2018 não devem contaminar o ambiente de negócios.
O titular da Anfavea também acrescentou que o ritmo diário de vendas neste mês está superando em cerca de 5% a média de agosto: de 9,1 mil veículos por dia útil, a melhor média do ano.
“Setembro não deve ultrapassar a marca de 10 mil veículos por dia, mas deve ficar acima de agosto”, diz.
No entanto, o total deste mês pode ficar abaixo de agosto por conta do calendário com menos dias de venda.
Para Megale, com a média de um veículo a cada cinco brasileiros, o Brasil tem potencial de voltar a ser um dos cinco maiores mercados do mundo, mas levará muito tempo para recuperar os volumes vendidos antes da recessão.
Em seu recorde, a indústria automobilística vendeu 3,8 milhões veículos em 2012. Nos quatro anos seguintes, esse número só caiu.
A noticia positiva, conforme Megale, é que a produção, embalada não só pela recuperação do consumo interno, mas também pelas exportações, deve ultrapassar a marca de 3 milhões de veículos em um ou dois anos, saindo de 2,7 milhões de unidades previstas para 2017.
Essa retomada de atividade vai ajudar o setor a usar melhor sua capacidade instalada, que mostra hoje uma ociosidade ao redor de 50%.
Megale afirma que as montadoras devem voltar a apresentar abertura de novas vagas de trabalho neste mês, após fechar agosto com a criação de 1,1 mil postos de trabalho.
Fonte: Estadão/Diário do Comércio