Número de pessoas com carteira assinada é o menor em seis anos

2 de agosto de 2018

Desemprego cai de 13,1% para 12,4%, mas emprego formal também recua

O desemprego no Brasil caiu, mas não é necessariamente uma notícia para ser comemorada.

O número de brasileiros na fila já foi maior. O desemprego no Brasil caiu de 13,1% para 12,4%. Mas o emprego formal também diminuiu. A queda parece pequena, de 0,2%, só que o número absoluto de pessoas com carteira assinada é o menor em seis anos.

O emprego por conta própria foi o que mais cresceu durante a crise e nesta terça-feira (31) o IBGE divulgou um perfil desse trabalhador.

Oito em cada dez estão na informalidade. São brasileiros como o Renan Gomes Duarte, que perdeu a segurança da carteira assinada e teve de enfrentar o desafio de conquistar a atenção de compradores apressados.

“Distribuí bastante currículo na área que eu trabalho, como mensageiro, não consegui, aí vim para a rua. A única esperança, meu dinheiro estava acabando, aí eu tive que vim para a rua”, disse ele, que hoje vende eletrônicos.

As profissões de quem trabalha por conta própria são muito variadas e a renda é desigual. Um abismo separa os trabalhadores com CNPJ, que recebem, em média, R$ 3.060, mais do que o dobro do que não tem registro formal.

Além disso, a Luciana aprendeu na prática que trabalhar por conta própria muitas vezes é conviver com a incerteza.

“Emprego? Muito difícil, não tem. Eu passei a trabalhar na rua para defender o pão e o leite do meu filho, que a gente precisa. Mas às vezes acontece de não vender”, contou a ambulante Luciana Teixeira.

A notícia boa da queda no desemprego veio acompanhada de um recorde que não pode ser comemorado: são mais de 65 milhões de brasileiros que não trabalham nem estão procurando emprego.

Um exemplo são os postos do Sistema Nacional de Emprego do Estado do Rio, onde o movimento caiu 14% no último mês. Os números do IBGE mostram que a fila do emprego diminuiu não porque as pessoas encontraram trabalho, mas porque desistiram de procurar.

“Não é uma queda substancial, mas é uma queda já de quase 15% e, realmente, a gente imagina que isso tem a ver com a população que deixou de procurar trabalho”, disse Alex Bolsas, superintendente regional do Trabalho.
Fonte: G1