Primeira parcela do 13º: ajuste suas contas em menos de 30 dias

5 de novembro de 2018

Ainda dá tempo de planejar a melhor forma de aproveitar o seu décimo, férias e restituição do Imposto de Renda também; veja como

Há quem veja no décimo terceiro o milagre que faltava para sair do vermelho antes do ano terminar. Se juntar a restituição do imposto de renda e as férias então… A salvação está garantida! Porém, dinheiro que é bom, não cai do céu. Por isso, especialistas em educação financeira vão dar aquela forcinha para quem quer usar bem a grana extra que vem por aí.

E dá para ficar com tudo no azul em  menos de 30 dias (veja no esquema). Segundo o planejador financeiro da Par Mais Investimentos, Jailon Giacomelli, por pior que a situação financeira esteja é preciso olhar para dentro do seu orçamento. “As pessoas não querem olhar para suas finanças porque elas têm medo do que elas vão enxergar. É difícil, mas necessário. É fundamental conhecer bem a situação que você se encontra para fazer o melhor uso desse dinheiro extra que entra agora no final do ano”, destaca.

Para quem está endividado e acaba gastando mais do que ganha, a regra é usar o benefício para quitar as dívidas de curto prazo, como cartão de crédito, cheque especial e empréstimo, por exemplo. Mas se você é daqueles que gasta tudo o que ganha, o momento é o de começar a fazer uma reserva para não acabar fazendo parte do grupo anterior. “Qualquer deslize ou contratempo vai fazer com que você entre no vermelho. Se apenas com uma parte de 13º dá para fazer uma reserva, ótimo. Aproveite e use outra parte para lazer ou para comprar algo que queira. Mas é importante ter pelo menos de 3 a 6 meses de despesas pagas numa reserva de emergência”, recomenda Giacomelli.

Segundo o diretor da STavares Consultoria Financeira, Sérgio Tavares, é preciso planejamento e controle. “Para reverter um cenário de fluxo de caixa negativo é necessário cortar as despesas supérfluas. Comece criando uma planilha básica, anotando todos os gastos. Liste todas as despesas e classifique por grau de importância. Isso vai dar uma visão geral de onde moram os excessos”.

Após o diagnóstico, defina o teto de até onde você pode gastar, como aconselha a consultora de investimentos da Órama, Sandra Blanco. “Os gastos não podem superar as receitas. Defina objetivos, isso vai incentivá-lo a economizar mais e gastar menos”, pontua.

COM AS CONTAS NO LUGAR

1º passo  Comece anotando todos os gastos a partir de agora. Hoje você pode utilizar aplicativos ou baixar planilhas nos site de finanças pessoais, mas se preferir, também funciona da maneira mais simples possível: lápis e papel, ou até uma planilha no computador. É preciso saber para onde está indo aqueles R$ 100 que você tira no caixa eletrônico e que logo desaparecem da sua carteira como um grande mistério.

2º passo  Defina os objetivos. É a forma de incentivo para juntar dinheiro e gastar menos. Tudo na vida é escolha. Se você tem um objetivo, é preciso fazer a escolha entre gastar ou poupar e entre o que precisa e o que quer. Não significa que não pode ter desejos, pode sim, mas o que é planejado não sai caro.

3º passo  Faça as projeções dos gastos. Quanto mais detalhado melhor. Aí entram despesas como alimentação, transporte, dívidas, assistência médica, educação, lazer, consumo e… investimento. Este último deve estar na lista das prioridades também.

4º passo  Hora de tornar esse acompanhamento um hábito. Analise daqui para frente seu fluxo de caixa, a fim de evitar surpresas no fim do mês. Vale também estudar todas as despesas e separá-las em supérfluas e indispensáveis. Isso vai indicar o que pode ser cortado do seu orçamento e, com certeza, vai garantir uma economia significativa lá na frente. Exemplo: taxa administrativa do cartão de crédito. Por mais que R$ 20 pareça pouco todo mês, se você multiplicar isso por 12, veja só – está pagando uma anuidade de R$ 240 – o mesmo valor da conta de luz e água mais o troco para o boleto do celular. Então,  a dica é fazer este comparativo, buscar soluções dentro do próprio orçamento, revisar o consumo, os gastos, prioridades e fazer estas trocas.

DICA DA SEMANA: PRINCIPAIS VILÕES DO ORÇAMENTO

Despesas Inesperadas Um pneu do carro que furou, a geladeira que quebrou, um gasto extra com um medicamento… Essas coisas sempre acontecem e para isso é essencial ter uma reserva de emergência. Reserve sempre um dinheiro, independente do valor,  em algum lugar que você possa resgatar rápido para contornar esses imprevistos.

Tentações de Consumo  Resistir às tentações é bem difícil, ainda mais quando você não tem controle das suas finanças é realmente uma tarefa difícil.  A dica para vencer esse vilão do orçamento é fazer uma lista de compras e saber o que realmente precisa e não só o que você vai comprar por impulso. É preciso aprender a diferenciar o que é necessidade e o que é desejo. Sempre faça uma lista toda vez que for ao mercado ou ao shopping e mantenha o foco.

Despesas eventuais  São aquelas que a gente sabe que uma hora, irão surgir. Seguro do carro, IPVA, matrícula e material escolar. No inicio do ano então, a carga é pesada. Mais uma vez, a palavra de ordem é planejamento: Antes de se comprometer com essa despesa avalie se ela cabe no seu bolso. Esse é o principal ponto. Também é importante se preparar para elas e aí vamos defender novamente a necessidade de uma reserva de emergência ou então focada nestas despesas.

Nunca gaste mais do que ganha  Ou seja, não confunda limite do cheque especial ou do cartão de crédito com renda. Isso só aumenta seu risco de cair no endividamento. Para sair de lá, é muito difícil. É preciso adequar o seu salário ao padrão de vida da sua família. Ele é que determina o quanto você pode gastar e não o quanto de crédito seu banco oferta. E aí entra a fórmula para o equilíbrio financeiro: os gastos não podem ultrapassar a receita.

Fonte: *Correio